ELEIÇÕES
Colbert tem rejeição maciça em todas as áreas da sua gestão
Atual prefeito de Feira de Santana deixa a desejar principalmente no combate à pobreza, moradia e saneamento
Por Alan Rodrigues
A indefinição na disputa pela Prefeitura de Feira de Santana, revelada pela pesquisa Atlasintel /A TARDE publicada nesta segunda-feira, 22, passa, além da aprovação do presidente Lula e do governador Jerônimo Rodrigues, pela completa rejeição do atual prefeito, Colbert Martins (MDB).
Se os 72% de desaprovação já indicam um desgaste que beira a inviabilidade política, o detalhamento feito pela pesquisa mostra que Colbert é reprovado em todas as áreas de sua administração e, especialmente, nos temas de maior impacto nas classes trabalhadora e de baixa renda.
Em média, dois terços dos eleitores rejeitam as políticas de Colbert uma a uma, quando somados os índices de ruim e péssimo. Mas, quando chamados a opinar sobre combate à pobreza, moradia, saneamento e transporte, três de cada quatro respondentes condenam a atual gestão feirense. Segundo a Atlasintel, 52% dos eleitores consideram a limpeza urbana péssima, com 13% de ruim, totalizando 65% de reprovação. Na saúde, são 72% de insatisfeitos, com 57% atribuindo a pior avaliação ao prefeito. Outro pilar de qualquer governo, a educação é péssima para 46% dos eleitores consultados e ruim para outros 20%.
O péssimo lidera também as avaliações da Guarda Municipal (48%), turismo e cultura (58%) áreas de lazer (55%), ambiente de negócios e tributação (54%), calçamento de ruas e infraestrutura (57%), justificando a altíssima rejeição detectada pelo instituto.
Punição
Andrei Roman, cientista político e executivo-chefe da Atlasintel, interpreta a rejeição a Colbert como um diferencial que justifica o equilíbrio entre José Ronaldo (União Brasil) e Zé Neto (PT), detectado pela pesquisa de intenções de voto publicada por A TARDE.
“Hoje, o maior trunfo ou aliado de Zé Neto é justamente o Colbert. As pessoas querem tirar o Colbert da prefeitura e de certa forma punir o Colbert. Se você quer punir o Colbert não é entregando a prefeitura para o seu grupo político. Você quer colocar a oposição no lugar dele”.
Roman faz referência ao fato de Colbert ter chegado à Prefeitura após a renúncia de José Ronaldo, de quem era vice, em 2018, para concorrer ao governo estadual. Ronaldo também apoiou a reeleição do aliado.
Se a rejeição a Colbert contempla de A a Z com índices muito próximos, sempre acima de 60% quando somadas as avaliações ruim e péssimo, é nos temas que impactam diretamente a vida dos trabalhadores de menor renda que a reprovação alcança os maiores níveis.
Para 63% dos eleitores consultados, o combate à pobreza e as políticas sociais da gestão Colbert são péssimas. Quando somada com ruim, a avaliação negativa chega a 77%. Dois pontos percentuais acima da avaliação dos investimentos em moradia e saneamento, que aparece como péssima para 62% dos respondentes. Transporte público vem logo atrás, com 74% de reprovação, incluindo 58% de péssimo.
A performance ainda mais baixa nas políticas voltadas para a menor faixa de renda são mais um trunfo da oposição, personificada pelo candidato do PT, Zé Neto, segundo a avaliação de Andrei Roman. “O fato de Colbert ser pior avaliado justamente nas áreas que são políticas de maior prioridade e destaque do projeto do PT é bom para o Zé Neto, sem dúvida. Facilita do ponto de vista da comunicação política e faz com que Zé Neto parta de um nível muito alto de intenção de voto. Então, sim, é algo que ajuda bastante o PT essa leitura muito negativa em áreas que são mais de destaque no Partido dos Trabalhadores”, conclui o cientista político.
Expectativas
O vácuo deixado pela gestão Colbert, especialmente na área social, fica ainda mais evidente quando o questionário de Atlasintel /A TARDE pergunta aos eleitores o que esperam do próximo prefeito. Com 65,4% das respostas, “compromisso com o povo” aparece em primeiro lugar, seguido de honestidade, com 51,5%. A terceira atribuição mais lembrada de certa forma não surpreende, mas demonstra, com maior clareza ainda, a saturação a atual gestão.
Para 40,1% dos consultados, o próximo prefeito precisa apresentar novas ideias e projetos. Liderança (18,3%), inteligência (17%) e experiência (8%), Jogo de cintura e boa articulação (5,2%), firmeza (3,6%), carisma e boa comunicação (2,7%) completam a lista.
A pesquisa Atlasintel /A TARDE coletou as respostas de 817 pessoas em 48 bairros de Feira de Santana entre os dias 12 e 17 deste mês. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, e a margem de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BA 00586/2024.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes