EMPREGOS & NEGÓCIOS
Cadeira produzida com cédulas de dinheiro é lançada em São Paulo
Evento aconteceu durante a ABCasa Fair; iniciativa promete ao consumidor a experiência de ‘sentar no dinheiro’
Por Da Redação
Se você já sonhou em ser alguém ‘montado no dinheiro’, talvez esteja mais próximo de alcançar este objetivo. Ou seria melhor adaptar a expressão para ‘sentado na grana’? A opção disponível a partir desta sexta-feira, 16, não vai incrementar a conta bancária de ninguém, mas proporcionar uma experiência literal. Isso porque a marca Seat&Co lançou um modelo de cadeira que é produzida com resíduos de cédulas gerados na Casa da Moeda do Brasil.
A iniciativa integra o projeto Transforma, criado pela Equipa Group em parceria com a Casa da Moeda, que tem o objetivo de dar um destino às cerca de 200 toneladas de resíduos gerados todos os anos, durante a produção das cédulas que circulam no país.
O lançamento da cadeira aconteceu durante a ABCasa Fair, maior feira B2B de casa e decoração da América Latina, que acontece até este sábado, 17, em São Paulo. Na ocasião, os distribuidores e lojistas participantes puderam não só conhecer o produto no stand da marca, como também participar de um bate-papo com representantes das instituições envolvidas para conhecer a novidade.
Segundo o superintendente de Meio Ambiente da Casa da Moeda do Brasil, Marcos Pereira, o projeto acontece há alguns anos, a partir do estudo de soluções de economia circular para os resíduos de cédulas da produção do Real. Antes da ideia das cadeiras, o material já era destinado à produção de energia para a indústria de cimento, mas a proposta atual é oferecer novos ciclos de vida para ele.
“Neste processo, a gente encontrou um parceiro, que é a Equipa Group, que já vinha desenvolvendo soluções relacionadas à economia circular. Então a gente uniu estes dois conceitos e começou a pensar o que poderia fazer com esse resíduo. É um dinheiro ‘limpo’, porque é da produção das notas novas, e a gente poderia agregar um valor a esse resíduo dando novos ciclos de vida para ele”, explica.
Marcos Pereira revela que diferentes protótipos foram pensados no âmbito do projeto, até a equipe chegar à ideia da cadeira. “A Casa da Moeda gera o resíduo e a Equipa Group conseguiu desenvolver a solução com a Seat&Co, que é incorporar esse material em uma cadeira. Então, hoje, a gente está aqui na feira para apresentar o produto e fazer com que as pessoas tenham um pouquinho da sensação do que é sentar em dinheiro”.
O resíduo gerado na produção de notas novas apresenta um aspecto melhor do que o daquelas que estão em circulação, em função da sujeira impregnada no papel. O superintendente enfatiza que esta é uma solução única em todo o mundo. “Quando a gente começa a procurar outros produtores de dinheiro, percebe o quão inovador é o projeto e como a questão do dinheiro chama a atenção das pessoas. A cadeira é uma das soluções, mas a gente vem desenvolvendo outros caminhos, como tentar transformar esse resíduo em papel novo”.
Transforma
O projeto Transforma foi criado há 13 anos, buscando novos ciclos de vida para o papel moeda. De acordo com o CEO da empresa, Patrício Mariano Malvezzi, a partir da parceria com a Casa da Moeda foi possível trabalhar mais profundamente nas soluções para os resíduos.
“As soluções são inúmeras, porque é possível misturar os resíduos com diferentes tipos de material e gerar novos ciclos de vida. Podemos fazer, por exemplo, um Cristo Redentor para decoração feito com poliéster ou filamentos de impressão 3D. Podemos trabalhar com todo o tipo de material, mas o papel moeda hoje tem um valor intrínseco muito importante”, destaca.
Malvezzi revela que a ideia é lançar outros produtos no mercado. “A gente tem umas 60 patentes de diferentes materiais, para fazer qualquer coisa: mesas, óculos, objetos de decoração, mobiliário. Fizemos uma filial do Santander dentro da Casa da Moeda toda de papel moeda”, detalha.
A cadeira
O head comercial da Seat&Co, Gabriel Zuolo, diz o que motivou a marca a ser parceira do projeto e lançar o novo produto no mercado. “Nós somos o maior fabricante de cadeira de design e eventos da América Latina, e queríamos ir além disso, com um produto que entregasse algum propósito para o consumidor. Foi quando Patrício veio com a ideia do Transforma e fez total sentido, porque não é apenas uma cadeira de reciclagem, ela tem conceito, propósito e design, com custo-benefício”.
Todas as cadeiras contêm uma etiqueta que informa ao comprador quanto de papel moeda foi usado na produção. Por exemplo, em uma das unidades comercializadas na ABCasa Fair, estava a descrição: ‘Esta cadeira contém 40 notas de R$ 100 equivalente a R$ 4.000, reduzindo o impacto ambiental e o consumo de recursos naturais’.
Apesar do valor equivalente em notas, o preço de partida das cadeiras no mercado será muito abaixo do que o produto representa. “A gente tentou compactar o máximo possível para ter um valor percebido, onde qualquer consumidor pudesse adquirir a cadeira. Apesar de ter 40 cédulas de R$ 100, a gente lança a cadeira por R$ 149 para o consumidor final. Por isso que a gente topou aderir ao projeto”.
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