ROMPEU O SILÊNCIO
Oruam, filho de líder do CV, detona a PM e dispara: “Problema pessoal”
Rapper rompeu o silêncio sobre uma ação da PM
Por Redação

O rapper Oruam, filho do líder do Comando Vermelho, Marcinho VP, rompeu o silêncio depois que os preparativos de um baile funk foram interrompidos durante uma operação da Polícia Militar no Rio de Janeiro. O artista, que se apresentaria no evento, afirmou nas redes sociais se tratar de perseguição contra ele.
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“Os caras estão de problema pessoal comigo, não querem deixar o meu show rolar”, disse Oruam em vídeo postado nas redes sociais. “Fizeram uma operação lá na pedreira só para não ter o show. Mas suave também, é só uma fase, vai passar”, completou.
Segundo a PM, a ação tem como objetivo “coibir movimentações de criminosos envolvidos em disputas territoriais e impedir a realização de um evento não autorizado”. A corporação afirmou que o evento não chegou a acontecer no local.
Ainda de acordo com a polícia, os agentes foram recebidos a tiros por um grupo de criminosos. Houve confronto e, logo após a troca de tiros, os agentes encontraram dois homens feridos no local. Com eles foram apreendidos dois fuzis.
Na mira do MP
Oruam entrou na mira do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) após abrigar um amigo foragido em sua própria casa. No ocorrido, a polícia encontrou com um traficante foragido, chamado Yuri Pereira, uma pistola 9mm que ele afirmou ser dono.
Ainda em março deste ano, o MPRJ ofereceu denúncia contra o amigo de Oruam por ter confessado ser o dono da arma encontrada na casa do MC. Yuri Pereira, apontado como líder de organização criminosa, foi denunciado pelo crime de posse de arma de fogo.
Já Oruam pode aparecer no decorrer da ação, de acordo com o MPRJ, que irá avaliar a natureza da participação do trapper no crime. A Promotora de Justiça pediu ainda uma cópia dos autos de outro processo em que o filho de Marcinho VP também é investigado.
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, o processo tramita na casa e já foi enviado ao MPRJ. Nele, Oruam foi indiciado por disparo de arma de fogo em dezembro de 2024. O ocorrido gerou os mandados de busca e apreensão que, executados, levaram à captura de Yuri Pereira.
Agora Oruam responde por dois casos na Justiça, por participação na ocultação de Yuri Pereira quando estava foragido, e por disparo de arma de fogo investigado pelo Ministério Público de São Paulo.
Relação entre o foragido e Oruam
O traficante Yuri Pereira Golçalves, foragido encontrado escondido na casa de Oruam era procurado por envolvimento com organização criminosa. Ele foi capturado durante operação policial deflagrada na casa do trapper.
Na época, Oruam foi detido em flagrante por abrigar o foragido em sua residência. A ação policial fez parte de operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), inicialmente voltada para investigar o caso de disparo de arma de fogo ocorrido em dezembro de 2024, em um condomínio de Igaratá, SP.
O objetivo dos agentes era encontrar a arma supostamente usada por Oruam nesse incidente, mas durante o cumprimento de mandados na mansão do trapper os policiais se depararam inesperadamente com Yuri Pereira Gonçalves escondido no local.
Herdeiros do crime: o que Oruam e filho de Marcola têm em comum?
Uma parceria musical entre Lucas Camacho, de 16 anos, filho de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e o Oruam vem provocando ruído muito além dos estúdios e das redes sociais. Eles anunciaram que estão preparando o lançamento de uma música em conjunto.
O encontro artístico, que à primeira vista poderia ser apenas mais uma colaboração do universo do trap e do funk, carrega o peso de uma possível aproximação simbólica entre os herdeiros dos líderes das duas maiores facções criminosas do Brasil: o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).
Oruam publicou em seu perfil no Instagram uma imagem ao lado de Lucas, com a legenda “RJ SP”, sinalizando a origem dos dois artistas, mas que também marca as raízes geográficas das organizações que seus pais comandam: Rio de Janeiro e São Paulo. Pouco tempo depois, a conta de Oruam foi desativada — fato que gerou ainda mais especulações entre seguidores e observadores atentos às movimentações no mundo do crime e da música.
A colaboração, ainda em negociação, marcaria o encontro de duas trajetórias marcadas por heranças pesadas. Marcola, preso desde 1999, é o líder histórico do PCC e acumula mais de 300 anos de condenações por homicídio, tráfico de drogas e outros crimes. Já Marcinho VP está detido desde 1996 e é apontado como uma das principais lideranças do Comando Vermelho, facção com forte atuação no Rio de Janeiro.
A aproximação entre os filhos desses líderes ocorre num momento delicado. Nos bastidores do sistema penitenciário federal, circulam desde o início do ano novos rumores de uma trégua entre PCC e CV — alianças que, ainda que negadas oficialmente, já deixaram rastros em documentos da inteligência federal e em mensagens interceptadas ao longo da última década.
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