NOVA GERAÇÃO
Alcaraz e Sinner 'já estão prontos para dominar o tênis', diz Guga
Tenistas ganharam, juntos, todos os Majors do ano
Por AFP
Com a autoridade de quem já foi número 1, o ex-tenista Gustavo Kuerten, afirmou em uma entrevista à AFP que o espanhol Carlos Alcaraz e o italiano Jannik Sinner já estão prontos para dominar o tênis mundial.
"São os dois com maiores pretensões e já estão prontos para dominar o tênis na próxima década ou mais", disse o carismático Guga sobre Alcaraz (21 anos) e Sinner (22).
"É natural que apareçam outros concorrentes ao longo do caminho, até mesmo os remanescentes de hoje querendo ainda beliscar e incomodar, mas imagino que eles serão os grandes protagonistas".
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Aposentado quase à força em 2008, aos 31 anos, após uma carreira vitoriosa mesmo com os problemas no quadril, Guga alerta que o sérvio Novak Djokovic (37 anos) continuará sendo o jogador a ser batido enquanto estiver em atividade.
"Djokovic, enquanto jogar, vai ser o grande detentor, independente do ranking, porque é o cara que conseguiu, de uma forma impensável, inacreditável, impossível, se transformar em maior a todos os tempos", afirma.
"Dessa maneira, será o dono da coroa, enquanto fica pelas quadras e nesse nível de atuação que ainda permite de vencer torneios Grand Slam, olimpíadas e enfrentar a todos de igual para igual".
Orgulhoso de sua "façanha"
Único brasileiro a ocupar o topo do ranking da ATP, em 200 e 2001, o lendário ex-tenista voltou aos holofotes aos 47 anos graças ao lançamento da série "Guga por Kuerten", da plataforma Disney+.
Nela, Roger Federer, Rafael Nadal e Djokovic, os três maiores ícones da história recente do tênis, se rendem a Guga, um dos mestres do saibro (tricampeão de Roland Garros - 1997, 2000 e 2001) e do backhand de uma mão.
"Vendo os outros falarem a respeito, entendendo os momentos também, e o significado que a nossa carreira teve para o Brasil, me deixou extremamente orgulhoso da façanha que a gente conseguiu realizar", afirma.
"O que foi legal é que sempre, ou durante esse tempo, a gente conseguiu manter a espiritualidade, o sorriso no rosto, a forma mais natural".
Ídolo do esporte brasileiro, Guga atendeu à AFP em São Paulo com a mesma desenvoltura que, além de seus 20 títulos no circuito da ATP, alguns sobre lendas como Andre Agassi e Pete Sampras, o transformou em uma das figuras mais queridas do tênis.
Pergunta: Já se passaram 20 anos desde o seu último título. Como você se lembra das suas vitórias?
Resposta: "É fácil de voltar no tempo. E lembranças lindas, que são marcantes na carreira. As vitórias eternizam esses torneios, elas têm essa dimensão de acompanhar eternamente. E, claro, principalmente a primeira, que foi muito inesperada. Foi quase que inconsequente, assim, uma vitória doida. Transformou nossas vidas em 14 dias ali e acelerou um processo que é muito provável viesse a acontecer de uma maneira natural".
Caso Sinner
P: A absolvição de Sinner pelo caso dos testes antidoping positivos gerou polêmica. O que você pensa sobre o assunto?
R: "Estou muito longe do tênis. Já estive lá dentro, vivi uma época que era muito difícil; era o começo dos testes (antidoping), que tinham muitos erros. Ao mesmo tempo, sabíamos que havia uma possibilidade iminente de alguém tirar vantagem, então é confuso.
"Prefiro não opinar porque teria que conhecer mais a fundo o assunto. Caso contrário, é muito fácil fazer julgamentos. De qualquer perspectiva, não tem nada positivo a dizer".
P: Tem algum tenista sul-americano que te empolga?
R: "Para a nossa felicidade é brasileiro, o João Fonseca. É um menino que empolga muito, ele está com o crescimento e a perspectiva de atropelar o processo do juvenil para já entrar entre os 100 do mundo, de um ano para o outro, e hoje em dia já tem condições de jogar de igual para igual com caras 20, 30 do ranking".
"Para a gente é um privilégio e ao mesmo tempo acho que é um carinho, um cuidado que precisa ter para ajudá-lo a fazer essa consagração com tranquilidade, para poder chegar até os 50 do mundo, que é a parte que eu diria que é o mais sufocante, que apavora, e depois a partir daí é natural, a própria experiência ano a ano vai fazê-lo encontrar o espaço. A tendência acho que é chegar entre os 10 do mundo e lutar por Grand Slams, buscar coisas muito grandiosas".
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