ESPORTES
Além de Éverton Ribeiro: conheça os atletas que venceram o câncer de tireoide
Casos recentes reacendem debate sobre a importância dos exames de rotina e mostram que o diagnóstico não impede o retorno ao esporte

Por Iarla Queiroz

O câncer de tireoide é um dos tipos mais frequentes entre as neoplasias malignas de cabeça e pescoço. Atinge três vezes mais mulheres do que homens e tem origem na glândula tireoide — localizada na parte frontal do pescoço e responsável por funções regulares relacionadas ao metabolismo, à respiração, à frequência cardíaca, ao humor e à temperatura corporal.
Os tumores, chamados de carcinomas, se formam a partir das células epiteliais e são classificados em três categorias: diferenciados, pouco diferenciados e indiferenciados. Apesar do nome ser assustador, as chances de cura são altas quando o diagnóstico é feito precocemente.
Éverton Ribeiro: o capitão que jogou um clássico antes da cirurgia
O capitão do Bahia, Éverton Ribeiro, revelou na última segunda-feira (6) que passou por uma cirurgia para retirada de um tumor na tireoide. O diagnóstico veio cerca de um mês antes, e o jogador optou por manter a descrição até o procedimento.
Curiosamente, o camisa 10 entrou em campo no domingo (5), na partida contra o Flamengo — e teve um ótimo desempenho, um dia antes da cirurgia. Em comunicado, Éverton tranquilizou os torcedores e garantiu que o processo cirúrgico correu bem. Ele deve ficar afastado dos gramados por aproximadamente 20 dias.
"Está tudo bem. O procedimento foi um sucesso e agora é focar na recuperação", afirmou o jogador.
Ana Paula Mello: o recomeço depois do vôlei de praia
A jogadora brasileira de vôlei de praia Ana Paula Mello descobriu o câncer de tireoide em 2012, pouco depois de disputar o Mundial do SESI, na Itália. À época, ela precisava deixar a equipe e se afastar das competições para iniciar o tratamento.
Um atleta realizou uma cirurgia em agosto daquele ano e passou por sessões de quimioterapia, além de adotar uma dieta restrita durante o processo. Foram dois meses intensos de luta e recuperação até o retorno gradual às quadras.
Anos depois, Ana Paula transformou a experiência em aprendizado e passou a falar abertamente sobre a importância de ouvir o corpo e cuidar da saúde.
Diogo Villarinho: o nadador que venceu fora e dentro d'água
O nadador Diogo Villarinho foi divulgado com câncer de tireoide em 2014, após descobrir um tumor na região do pescoço. O tratamento foi uma cirurgia complexa, que durou mais de sete horas e demorou temporariamente nas piscinas.
Seis meses depois, o fundista recebeu a confirmação do câncer e iniciou o processo de recuperação. Determinado, voltou a competir e fez história ao se tornar o primeiro brasileiro a nadar em um Mundial tanto no mar quanto na piscina após a doença.
Mesmo sem vencer a vaga para os Jogos Olímpicos do Rio, Villarinho é considerado um vitorioso — dentro e fora das competições.
Dani Lins: o diagnóstico precoce que salvou a levantadora
Em março de 2025, a levantadora Dani Lins, do Sesi Vôlei Bauru, descobriu um nódulo na tireoide durante exames de rotina. O diagnóstico precoce foi essencial para o sucesso do tratamento.
O atleta se interrompeu temporariamente das quadras para realizar a cirurgia e iniciar a recuperação, com um prognóstico positivo. Em suas redes sociais, Dani destacou a importância do acompanhamento médico regular:
"Façam seus exames, se cuidem. Às vezes, a gente acha que está tudo bem, mas o corpo fala."
O caso de Dani reforçou entre os atletas a necessidade de atenção à saúde mesmo em períodos de alta performance.
Giovanna: força e traços mesmo durante o tratamento
A nadadora Giovanna, também com câncer de tireoide, chamou atenção pela resiliência. Mesmo durante o tratamento, ela treina e compete. Após a cirurgia de retirada da glândula, voltou às competições e conquistou títulos importantes.
O caso de Giovanna é relatado pelo Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) como exemplo de superação e disciplina no esporte.
Karen Smyers: uma triatleta que transformou o diagnóstico em aplicação
A norte-americana Karen Smyers, campeã mundial de triatlo, acabou com câncer de tireoide no ano 2000. Mesmo enfrentando o tratamento, ela manteve o foco no retorno às competições e chegou a disputar seletivas para os Jogos de Sydney.
Sua história é um símbolo de força no esporte internacional e mostra que o diagnóstico não é o fim da trajetória esportiva — apenas uma pausa temporária.
A importância do acompanhamento e da prevenção
As trajetórias de Éverton Ribeiro, Dani Lins, Ana Paula Mello, Diogo Villarinho e outros atletas reforçam a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. A realização de exames de rotina pode fazer a diferença no tratamento do câncer de tireoide, que, apesar de silencioso, tem altas taxas de cura quando identificado precocemente.
Entre os atletas, cresce a conscientização de que cuidar do corpo vai muito além do treino — é também ouvir os sinais e buscar ajuda médica sempre que algo parece fora do comum.
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