ESQUEMA DE DÍVIDA
Bauermann pagava R$ 50 mil por mês a apostadores por descumprir acordo
Jogador teria recebido dinheiro para levar cartões em partidas do Santos na Série A
Por Pevê Araújo
Afastado pelo Santos, o zagueiro Eduardo Bauermann teria se comprometido a pagar R$ 50 mil por mês após descumprir acordo de tomar cartões em partidas do Campeonato Brasileiro. A investigação da Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público, aponta que o jogador aceitou a proposta da quadrilha para fazer parte de um esquema de manipulação em jogos de futebol.
Bauermann teria recebido R$ 50 mil para levar um cartão amarelo na partida entre Santos e Avaí, no dia 5 de novembro de 2022. No entanto, o atleta não cumpriu o acordo e prometeu que seria expulso na partida seguinte, diante do Botafogo, pelo Campeonato Brasileiro. O jogador foi advertido com o cartão vermelho após o fim da partida, o que não é contabilizado pelas casas de apostas.
Após o ocorrido, o zagueiro passou a receber ameaças com cobranças no valor de R$ 800 mil. A aposta que chegaria neste valor incluía cartões para Dadá Belmonte e Igor Cariús. Bauermann alegou para os apostadores que não tinha todo o dinheiro. Por meio do empresário, ele se comprometeu a pagar 20 prestações de R$ 50 mil. Os direitos econômicos do atleta ficaram como garantia do pagamento da dívida.
Segundo uma conversa de Whatsapp entre Bauermann e um dos apostadores, ele revelou que recebeu uma proposta do León, do México, de 2,5 milhões de dólares, e que aguardava uma oferta de 4 milhões no fim do ano. O zagueiro também afirmou que poderia conseguir mais dois jogadores do Santos para entrar no esquema.
Em uma parte da conversa, Bauermann afirma que não está tranquilo com a situação e que pensa em resolver a dívida. O apostador rebate dizendo que deu uma nova oportunidade a ele. Em seguida, defensor responde: "Como você tirou esse fardo de cima de mim se você falou até em me matar? Não tem como ficar tranquilo".
O empresário de Eduardo Bauermann, Luiz Taveira, disse ao site Uol que o jogador estava sendo ameaçado e que traçou uma estratégia para o zagueiro ficar em paz. Ele pontuou também que o defensor nunca quis participar do esquema, mas admitiu acordo com os apostadores para o abatimento da dívida. "Como aconteceu, foi um meio de tentar atenuar o problema", conta.
O Santos afastou o jogador e não pretende rescindir com o atleta por justa causa. O Comitê de Gestão do Peixe está pensando em rescindir por meio da Justiça e pedir o pagamento da multa do contrato, que tem validade até dezembro de 2024.
Além de Bauermann, vários jogadores do futebol brasileiro foram citados na Operação Penalidade Máxima. O zagueiro Victor Ramos, o lateral-direito Nino Paraíba e o volante Fernando Neto estão entre os investigados.
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