Bruno Guimarães assume a liderança da Seleção Brasileira

O momento de Bruno Guimarães na Seleção Brasileira é de plena ascensão e liderança. O meio-campista de 28 anos, que completa 30 jogos e 14 convocações neste ciclo de Copa – sendo o mais escalado por Carlo Ancelotti –, não se contenta apenas com os números. Ele abraçou o papel de condutor e voz ativa no elenco, um protagonismo estimulado pelo próprio Casemiro.

"Aceitei essa responsabilidade de ser uma liderança, apesar de ser jovem," disse Bruno Guimarães em entrevista ao ge, destacando que seu melhor momento com a amarelinha é fruto de uma combinação de fatores.

Tudo sobre Esportes em primeira mão!

Entre no canal do WhatsApp.

A influência de Carlo Ancelotti e a nova confiança

A chegada do técnico Carlo Ancelotti é um ponto central na evolução do jogador. Bruno Guimarães atribui ao mister uma "tranquilidade a mais" e um aumento na confiança, impulsionado por conversas estratégicas e o peso do nome do treinador.

"Ele me chamou para conversar. Perguntou como é que eu prefiro jogar na direita ou na esquerda, de primeiro ou de segundo (volante), de que lado. A gente teve essa conversa que foi muito boa para mim," revelou o jogador, enfatizando que Ancelotti é um líder "muito mais cascudo" com a pressão da Seleção, o que afeta positivamente os atletas.

Apesar da fama de "paizão" e "resenheiro" – que se confirmou com uma apresentação inicial inusitada: "cantou, parecia que estava cantando uma ópera," surpreendeu Guimarães –, o treinador também demonstra seriedade e exigência tática.

"Na hora que está dentro de campo ele é sério pra caramba, como eu te falei, é um cara que quer essa disputa entre a gente, sadia, saudável," conta o atleta. Ele exemplificou a seriedade do técnico após a derrota para o Japão: "a gente achou que ele ia matar a gente, né? E ele foi e falou: 'não, isso é bom que aconteceu aqui agora, é bom que eu estou vendo aqui que está todo mundo cabisbaixo, sem aceitar a derrota.' É um cara que realmente tá se doando ao máximo pra trazer essa Copa com a gente".

Casemiro e a transferência de liderança

No Newcastle, Bruno já exerce a função de capitão. Na Seleção, a aceitação do novo papel foi reforçada por Casemiro, seu ídolo e referência no meio-campo, que o apontou como um dos atletas para os quais "passa o bastão".

"Acho que a chegada do Casemiro também me ajudou bastante, de me chamar para ser esse líder, de liderar o meu campo junto com ele," afirmou.

Guimarães ressaltou o peso de Casemiro: "Bagagem, título... é um cara completo!" e mencionou que jogar como número 8 o deixa mais confortável, posição que também desempenha em seu clube.

Copa 2026 e o nível do futebol

Para Guimarães, a próxima Copa será mais difícil, não apenas pelo novo regulamento, mas pelo nivelamento tático.

"Todo mundo está jogando lateral na área, então você bota uns caras grandões lá na frente para brigar. A gente tem que estar muito ligado, hoje em dia não é só o talento, é o trabalho duro," analisou, citando França, Espanha, Argentina e Inglaterra (após a chegada de Tuchel) como as seleções mais fortes atualmente, além do Brasil.

O jogador também comentou o debate sobre a volta de Neymar: "Acho que a seleção sempre precisa dos melhores jogadores e, para mim, o Neymar é um dos melhores jogadores." Ele elogiou a postura do camisa 10: "É um cara super do bem, gentil pra caramba, trata todo mundo bem... Ele para pra tirar foto com todo mundo, trata todo mundo bem."

Bruno Guimarães será titular no último compromisso da Seleção em 2025, o amistoso contra a Tunísia, nesta terça-feira, às 16h30, em Lille, na França.