POLÊMICA
Comitê Olímpico da Argélia desmente boato de que boxeadora seja trans
Lutadora tem sido alvo de ataques transfobicos nas redes sociais
Por Da Redação
A lutadora argelina Imane Khelif derrotou a italiana Angelina Carini, que desistiu da luta válida pelas oitavas de final do boxe até 66kg feminino dos Jogos Olímpicos de Paris, disputado nesta quinta-feira, 1. Após o combate, a atleta da Argélia foi alvo de ofensas transfóbicas nas redes sociais.
O Comitê Olímpico da Argélia (COA) tratou de desmentir sobre o assunto e qualificou as insinuações como e ataques como mentirosos por parte da imprensa.
"O Comité Olímpico e Desportivo da Argélia denuncia com a maior firmeza os ataques maliciosos e antiéticos dirigidos contra nossa ilustre atleta Imane Khelif por alguns meios de comunicação estrangeiros. Estas tentativas de difamação, baseadas em mentiras, são completamente injustas, especialmente num momento crucial em que ela se prepara para os jogos olímpicos, o auge da sua carreira", disse o órgão.
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Imane Khelif foi reprovada em 2023 em um teste da Associação Internacional de Boxe (IBA), que serve para a medição os níveis de testosterona, em consequência do desenvolvimento sexual (DSD), que leva a uma parte das mulheres ter níveis de testosterona idênticos aos dos homens.
Vale salientar que não existem evidências de que a atleta argelina seja uma mulher transgênero. O Comitê Olímpico Internacional (COI) autorizou Khelif a disputar o torneio olímpico de boxe.
Por conta da polêmica, o Comitê Olímpico da Argélia (COA) desmentiu sobre o caso e qualificou as insinuações e ataques da mídia internacional como difamatórios. O comitê informou que Imane Khelif está sendo amparada dentro das normas.
"O Comité Olímpico e Desportivo da Argélia denuncia com a maior firmeza os ataques maliciosos e antiéticos dirigidos contra nossa ilustre atleta Imane Khelif por alguns meios de comunicação estrangeiros. Estas tentativas de difamação, baseadas em mentiras, são completamente injustas, especialmente num momento crucial em que ela se prepara para os jogos olímpicos, o auge da sua carreira", disse o órgão.
Italiana pede apuração sobre o caso
A pugilista italiana Angelina Carini afirmou em entrevista que nunca havia levado um soco tão forte. Ela conversou com o treinador e abandonou o combate após exatos 46 segundos.
"Estou acostumada a sofrer. Nunca levei um soco assim, é impossível continuar. Não sou ninguém para dizer que é ilegal. Entrei no ringue para lutar. Mas não senti mais vontade depois do primeiro minuto. Comecei a sentir uma dor forte no nariz. Não desisti, mas um soco doeu demais, e então falei 'chega'. Vou embora de cabeça erguida", disse Carini.
Carini revelou o sentimento após ter que desistir da luta e espera que a situação seja apurada pelos órgãos fiscalizadores.
"Eu não perdi hoje, apenas fiz meu trabalho como lutadora. Entrei no ringue, lutei e não consegui. Saio de cabeça erguida e com o coração partido. Sou uma mulher madura. O ringue é a minha vida. Sempre fui muito instintiva. Quando sinto que algo não está certo, não é desistir, é ter a maturidade de parar", encerrou.
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