XEQUE-MATE
Disputa entre Ceni e Condé movimenta clássico Ba-Vi que decide Baianão
Decisão do Baianão ganha ingredientes especiais com disputa particular entre Rogério Ceni e Léo Condé
A ideia de uma grande batalha entre técnicos pode acabar resumindo confrontos decisivos em um clichê do futebol. O estudo do adversário, a competência tática, a capacidade de surpreender são ingredientes necessários para que um treinador faça a diferença em sua equipe e consiga conquistar títulos. Mas, em alguns momentos, esses aspectos têm um peso menor, em outros, define o resultado das partidas, como ocorreu no primeiro Ba-Vi da final do Campeonato Baiano.
Bahia e Vitória entram em campo para a grande final do Estadual, hoje, às 16h, na Fonte Nova, com a vantagem da equipe rubro-negra, que venceu a primeira partida, de virada, por 3 a 2, após substituições precisas e mudanças de posicionamento realizadas por Léo Condé, junto com erros de leitura de Rogério Ceni.
Um duelo particular entre os técnicos se estabeleceu naquele momento. O treinador rubro-negro colocou o tricolor em xeque, o que deu contornos interessantes para a final e deve significar muito para o desfecho do jogo.
A vantagem de Condé, na disputa na beira do gramado, se amplificou após a entrevista coletiva pós-jogo, em que Ceni disse ter dificuldades com peças de reposição para o meio-campo e avaliou que a equipe “tomou decisões erradas dentro de campo”, desconsiderando o seu papel na virada após o Bahia abrir dois gols de diferença no começo do segundo tempo. Além disso, afirmou que, após setenta minutos de jogo, o time teria uma tendência a sofrer pressão dos adversários pelo modelo de jogo e o cansaço.
Durante a semana, o técnico não concedeu entrevista coletiva. A tarefa de dialogar com jornalistas e a torcida ficou sob a responsabilidade de jogadores que são referências no elenco, como o volante Caio Alexandre. O jogador comentou que está pronto para atuar na partida inteira. “Acho que eu tenho totais condições de jogar 90 minutos. Quando o professor precisar, eu sempre vou estar pronto para jogar os 90 minutos, seja 100 minutos. Sei também que tem questões de jogo, questões físicas, questões de opções de treinador. Respeito todos os jogadores que estão aqui”, falou.
Grupo confiante
Já o meia Éverton Ribeiro, principal contratação do clube para a temporada, defendeu, em entrevista na sexta-feira, o que seria uma maneira transparente de Ceni ao lidar com o grupo e falar diretamente as suas opiniões. “O Ceni é o nosso comandante, tudo que tem para falar fala na nossa cara, fala para a gente, nos explica o que tem que fazer, nos corrige, isso é muito bom. Vem passando os vídeos, mostrando o que a gente acerta, erra, e isso nos fortalece e nos deixa cada vez mais preparados e confiantes para a final”, ressaltou o atleta do Esquadrão.
Pelo lado do Colossal, o técnico Léo Condé tratou, em entrevista na Toca do Leão, ontem, dos desafios do time para confirmar o título do Campeonato Baiano, o que não ocorre desde 2017.
“De um modo geral, a gente vai tentar ser uma equipe equilibrada. Temos um placar (positivo) que a gente construiu no primeiro jogo, mas, no todo, a decisão está aberta. O Vitória já apresentou em vários momentos que jogando longe do Barradão é uma equipe competitiva. Conseguimos vencer o Fortaleza lá no Ceará. A gente espera ser uma equipe forte e competitiva para conseguir o bom resultado e trazer o título”, enfatizou.
Manter a competitividade
Em relação ao diferencial de competitividade do Leão, Condé destacou o trabalho que vem sendo desenvolvido desde o ano passado, envolvendo toda a comissão técnica e funcionários do clube, para aprimorar o desempenho do time.
“A gente conversa muito para deixar os atletas no melhor nível possível. Então, desde o ano passado, a gente tem conseguido ser uma equipe que consegue jogar o tempo inteiro de forma bastante competitiva, com baixo índice de lesão, principalmente muscular. Então espero que a gente possa suportar bem durante todo o jogo”.
No caso do Vitória, a principal dúvida para a final é se o treinador vai escalar a equipe com dois ou três volantes. Mas a tendência é que o Rubro-Negro entre em campo com a mesma formação do primeiro jogo da final, com os volantes Willian Oliveira, Rodrigo Andrade e Dudu. No ataque, Osvaldo, Matheusinho e Alerrandro devem continuar como titulares.
Já o Bahia pode ter alguma surpresa para a decisão. Existe a possibilidade de Biel começar jogando, uma vez que a mobilidade ofensiva do Esquadrão de Aço tem sido uma dificuldade para a marcação do Leão, sobretudo em jogadas de transição ofensiva. A dúvida é, portanto, quem sairia da equipe titular para a entrada do atacante tricolor, considerando que Juba, candidato mais imediato para o banco, foi um dos melhores em campo no primeiro clássico e dificilmente Ceni vai abrir mão do quarteto de meio-campo, formado por Caio Alexandre, Jean Lucas, Éverton Ribeiro e Cauly e do atacante Thaciano, que é o artilheiro do time.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro