SPATEN FIGHT NIGHT
Do berço baiano à bandeira brasileira: Bia Ferreira no boxe feminino
A baiana será a representante brasileira de boxe feminino no evento da Spaten Fight Night

Por Marina Branco

Com o Elevador Lacerda ao fundo e o Mercado Modelo à frente, Bia Ferreira estava em casa, se preparando para representar o boxe feminino e o Brasil frente a uma adversária vinda do Uruguai. A campeã mundial e medalhista olímpica de boxe foi homenageada na última quinta-feira, 12, no evento realizado pela Spaten Fight Night em Salvador, junto aos outros lutadores baianos do card Popó e Hebert Conceição.
No próximo dia 27, Bia sobe ao ringue para encarar a uruguaia Maira Moneo, defendendo em casa o cinturão que já a pertence. Com todo o público brasileiro e baiano torcendo por ela, a boxeadora se alegrou com a proximidade do evento, prometendo um espetáculo aos que assistirem o combate.
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"Gosto de fazer história, gosto de fazer coisas novas. Lutar em casa é um frio, parece que nunca fiz aquilo. Tô muito feliz. Tô treinando bastante pra representar daquele jeito", disse Bia, abrindo seu coração sobre a expectativa de lutar diante da torcida baiana.
Bia promete levar com ela toda a força da Bahia, conhecida por ser um berço de talentos de luta. "Diz a lenda que o que a Bahia tem para ser tão boa no boxe é o Carnaval (fazendo referência às rodas de soco na pipoca). Mas isso vai além, eles acreditam muito nos projetos sociais", pontuou.

Antigos ídolos, atuais parceiros
Filha de ex-atleta, Bia cresceu dentro do boxe, e relembrou as memórias de quando acompanhava o pai em eventos e via Popó como referência máxima do esporte. Hoje, é a representante feminina no card que tem a luta entre Popó e Wanderlei Silva como evento principal.
"Meu pai é ex atleta, e Popó foi o número um do meu pai, eu tietava o Popó. Meu pai lutava e a luta principal da noite era o Popó. Eu ficava no vestiário, era mascote da academia e pra mim eles eram os super-homens", contou.
"Hoje, estar no card junto com ele é muita emoção pra meu pai também. Antes era ele e Popó, agora é Popó e a filha dele. Eles são os pioneiros, eles começaram, acreditaram que a gente seria bom de porrada. Foi me inspirando neles que eu sou o que eu sou", se emocionou.

Dentro de casa
A Bahia, a tradição, o presente e o futuro do boxe sobem com Bia no ringue no dia 27. Ela, que sempre carregou a bandeira brasileira na bandana onde quer que fosse lutar, agora luta em casa, e carrega um desafio a mais.
Muito além de representar a Bahia, como farão Popó e Hebert, Bia representa o Brasil, sendo a única a receber uma adversária vinda de outro país. A "La Panterita" vem do Uruguai diretamente para as mãos de Bia.
"Ela deu azar porque eu vou tá em casa e vou tá mais forte, entendeu? Ela não entendeu o propósito (risos). Eu tô muito feliz com isso, eu gosto muito de representar nosso país", disse, confiante.
A meta, então, é mostrar que baianos e brasileiros são "bons de porrada", quebrando os estereótipos e reforçando a força do Brasil no boxe mundial. "Eles têm uma imagem de que a gente é festeiro, isso, aquilo, e eu mostro que a gente é bom de esporte", garantiu.
"A gente é bom na porrada, a gente gosta de fazer coisas que ninguém nunca fez, a gente gosta de escrever o nome na história ali", finalizou.

Bahia, Brasil e boxe feminino
Mas não era suficiente representar país e estado - precisava ainda ser de Bia a missão de representar o pugilismo feminino no evento, como uma das maiores referências da história do Brasil no boxe de mulheres.
"Hoje, no cenário do boxe feminino, quando vê que é Brasil eles já temem. E eu fico muito feliz de fazer parte disso", celebrou. "E eu vou tá em casa, sinto muito pra ela, mas eu vou dar um show nessa noite porque dia 27 vai ser o meu dia", finalizou.

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