ANÁLISE ESTATÍSTICA
Entre o G-4 e o Z-4: a defesa como trunfo do Bahia contra o Vasco
Times têm o mesmo poder de ataque, mas o Esquadrão sofre menos gols e acumula mais jogos sem ser vazado

Por Marina Branco

O Bahia precisa retomar seu lugar no G-4 - o Vasco precisa escapar da boca da zona de rebaixamento. Os dois contam com um "jogo extra" para conseguir seis pontos em uma semana e salvar suas situações, disputando nesta quarta-feira, 24, às 19h30, a partida atrasada da 16ª rodada no Estádio São Januário, pelo Brasileirão.
As estatísticas dos dois times nas 22 rodadas jogadas por eles até aqui indicam um caminho para entender o que deve acontecer no confronto. Ainda que os dois times tenham médias ofensivas semelhantes, é possível perceber uma larga vantagem defensiva do Esquadrão, mais consistente em números gerais do que o cruzmaltino.
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Ataque - equilíbrio entre perfis distintos
O Vasco marcou 33 gols em 23 partidas, enquanto o Bahia balançou as redes 30 vezes em 22 jogos. As médias são idênticas: 1,4 gol por confronto para cada lado. No entanto, o caminho até essas estatísticas mostra diferenças claras.
O time carioca finaliza mais no alvo, com 5 chutes certos por jogo contra 4,1 do rival. O Bahia, em compensação, cria mais grandes chances (2,5 frente a 2,3), mas desperdiça mais (1,7 contra 1,2). Na prática, o Vasco aposta no volume e na insistência, enquanto o Tricolor aposta na criatividade, embora peque na finalização.
Em assistências, o Vasco soma 26, enquanto o Bahia conta com 21, confirmando um ataque mais coletivo vascaíno na origem das jogadas.

Meio-campo - posse semelhante, estilos diferentes
Com posse de bola equilibrada (55,1% para o Vasco e 55,8% para o Bahia), os dois times mostram vocação para propor o jogo. O cruzmaltino, no entanto, tem mais passes certos, com 433 por jogo e 88,1% de acerto contra 416 do Bahia (86,4%).
Essa diferença indica um Vasco mais paciente e controlador, que valoriza a posse. O Bahia, por sua vez, arrisca mais, acelera o jogo e busca a verticalidade, mesmo que isso custe mais erros. Prova disso é que o Tricolor tenta mais bolas longas - são 17,2 contra 16,7 do Vasco, ainda que o Esquadrão tenha um aproveitamento inferior.

Defesa - Bahia sólido, Vasco vulnerável
É na defesa que aparece a maior disparidade. O Bahia sofreu apenas 25 gols em 22 jogos (média de 1,1), enquanto o Vasco foi vazado 34 vezes em 23 partidas (1,5 por jogo). O Tricolor também acumula mais que o dobro de jogos sem sofrer gols: sete contra três.
Nos números defensivos, o Bahia mostra superioridade em interceptações, com 7,9 frente a 7,6 do Vasco, e desarmes, chegando com 16,1 contra 14,7. Já o Vasco lidera nos cortes, marcando 28 contra 23,7, o que sugere uma defesa mais pressionada e obrigada a se desfazer da bola em último recurso.
Até mesmo a disciplina defensiva pesa contra o time carioca: são mais faltas (13,4 para o Vasco, 12,5 para o Bahia) e mais cartões amarelos (2,2 vascaínos contra 2,0 tricolores por jogo).

O que dá para esperar?
Assim, mora na defesa o grande trunfo do Bahia para o jogo - encarando um Vasco de ataque estruturado, o plano precisa ser fechar a defesa, mais firme do que a zaga vascaína na hora de impedir gols.
O Vasco produz mais volume, mas sofre defensivamente. O Bahia, por sua vez, alia solidez atrás com criatividade ofensiva, ainda que precise corrigir a baixa efetividade nas finalizações.
Se os números fossem prenúncio do confronto, é justo dizer que o Bahia entraria em campo com a vantagem da regularidade defensiva, ainda que estando fora de casa, enquanto o Vasco dependeria de transformar volume ofensivo em gols para equilibrar as forças.
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