EXPECTATIVA!
Dupla Ba-Vi disputa o primeiro confronto da decisão no Barradão
Final envolvendo os dois maiores do estado não acontece desde 2018
Por Daniel Farias
A força do mando de campo tem prevalecido para o Bahia e o Vitória na temporada. Tradição, história, identificação popular e torcida vibrantes têm sido ingredientes essenciais para o caminho percorrido pelos dois times dentro de casa nas competições em disputa e até mesmo nos clássicos. O Barradão foi preponderante para o Leão vencer o primeiro Ba-Vi do ano, pelo Campeonato Baiano, e o Tricolor se impôs na Fonte Nova para ganhar pela Copa do Nordeste.
Os dois confrontos eram válidos pela fase de grupos dos certames, mas agora a situação é outra. Os dois maiores times do estado vão se enfrentar pelo primeiro jogo da final do Campeonato Baiano, neste domingo, 31, às 16h, no Barradão, o que não acontece desde 2018. A saudade é grande e a expectativa maior ainda para a bola rolar, tanto que a torcida rubro-negra, única a poder entrar, já esgotou os ingressos.
Com uma invencibilidade em casa de quase 10 meses, o Colossal tem tornado a Manoel Barradas um território hostil para os seus adversários. Em 2024, jogou nove partidas sob o seu mando de campo. Venceu oito e empatou apenas uma, contra o Náutico, 1 a 1, que custou um preço alto na tabela e pode ser considerada decisiva na desclassificação do time no regional. Nas outras oito, balançou a rede mais 23 vezes, garantindo uma média altíssima de quase três gols por jogo vencido.
Do ponto de vista defensivo, a consistência no Barradão não é diferente. Nos nove duelos, sofreu apenas seis gols, o que totaliza um saldo positivo de 18 gols jogando junto com a torcida em casa. Na Fonte Nova, o Esquadrão de Aço vem de uma grande sequência de nove jogos e nove triunfos. Perdeu apenas uma vez este ano, na estreia diante do Jequié pela primeira rodada do Baianão. O poder ofensivo é avassalador. Marcou 26 gols, sendo dez, desse total, em duas goleadas por 5 a 0 (enfrentando Jacobina e Itabuna). Sofreu apenas quatro gols em dez partidas, o que demonstra também a qualidade defensiva apresentada na Fonte.
A partida de logo mais representa, portanto, desafios diferentes para a dupla. O Vitória busca seguir invicto e acumular vantagem para o duelo fora de casa, enquanto o Bahia quer quebrar o tabu e chegar mais tranquilo para o desenlace. Para isso, as duas equipes tiveram uma semana inteira (e intensa) de treinos para preparar a estratégia do clássico.
O técnico Léo Condé mandou a campo, no jogo contra o Treze, pelo Nordestão, uma equipe formada por jogadores que chegaram ao clube após o fim do período de inscrições no Campeonato Baiano, a exemplo dos volantes Léo Naldi e Luan Santos e do centroavante Luiz Adriano, e por atletas que não têm começado jogando, como Zapata e Luan Guilherme. O único titular foi o goleiro Lucas Arcanjo.
Já o Esquadrão foi ainda mais focado na final. O técnico Rogério Ceni sequer viajou para o jogo contra o Botafogo-PB e o Bahia entrou em campo com o sub-20. Em Salvador, a equipe principal seguiu na preparação para o Ba-Vi.
Força máxima e retornos
Os dois times entrarão em campo com força máxima e reforços em relação ao clássico passado. O lateral Santiago Arias, do Tricolor, retorna à titularidade após compromisso com a seleção colombiana, e o volante Dudu, que estava suspenso no último Ba-Vi e vem sendo peça central no Vitória, está à disposição do treinador. Ele deve entrar em campo ao lado de Willian Oliveira e (ou) Rodrigo Andrade, dependendo da formação com dois ou três volantes.
No setor ofensivo do Bahia, existe a dúvida se Everaldo terá condições de jogo, pois o jogador fez apenas trabalhos na academia na semana. Se o centroavante não estiver recuperado, Ceni deve manter o meio com Caio Alexandre, Jean Lucas, Cauly e Éverton Ribeiro e Thaciano e Biel no ataque.
No Leão, Matheusinho, Osvaldo e Alerrandro irão começar jogando. Do lado esquerdo ofensivo , Condé pode optar por Iury Castilho, recuperado de contusão, ou Mateus Gonçalves.
A tendência é que os times continuem com as escalações mais recorrentes nas últimas partidas, com poucas mudanças no modelo de jogo. Mas, em um Ba-Vi decisivo, cada um certamente estudou, com minúcia, o seu rival e vai buscar novos caminhos para tentar surpreender e conquistar o triunfo.
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