JOGADOR DO BAHIA
Filha de professora atropelada por Marcinho critica impunidade
Lateral foi contratado pelo Bahia nesta semana e gerou polêmica
Por Da Redação
A filha da professora Maria Cristina, que morreu após ser atropelada pelo lateral Marcinho, falou pela primeira vez após o jogador ser contratado pelo Bahia, o que tem gerado críticas entre a torcida Tricolor. Ela criticou a impunidade e a falta de condenação de Marcinho, que ainda segue esperando julgamento.
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"Eu perdi uma mãe. A vida dele andou e a nossa parou. Eu fui fazer terapia, fiquei em depressão. Estamos tentando continuar, mas tudo mudou", disse Fernanda Soares ao colunista Ancelmo Gois do jornal O Globo.
Fernanda é filha de Maria Cristina e enteada de Alexandre Silva, também morto no acidente causado pelo agora jogador do Bahia. "Para você ter uma ideia, o pai do meu padrasto (Alexandre) faleceu depois da morte do filho. A tristeza foi tanta que ele não aguentou", completou.
Entre as críticas, Fernanda ainda questionou o inquérito que apura o crime, já que Marcinho prestou depoimento apenas cinco dias depois do atropelamento. "Não fizeram exames toxicológicos e de alcoolismo. No dia seguinte ao acidente, todos sabiam quem tinha sido o autor, mas a Polícia decidiu esperar o réveillon passar", lamenta.
O caso
Quando atuava pelo Botafogo, em 2020, Marcinho dirigia acima da velocidade permitida quando atropelou e matou um casal no bairro do Recreio, no Rio de Janeiro. O professor Alexandre Silva de Lima morreu no local. A esposa dele, Maria Cristina, morreu dias depois. O jogador fugiu do local sem prestar socorro e teria passado por cima do corpo de Alexandre, segundo Fernanda.
Marcinho foi indiciado por homicídio culposo e segue investigado em inquérito que segue em aberto. No ano passado, ele fez um acordo de indenização para os herdeiros das vítimas, em que pagará R$ 200 mil aos quatro netos menores de idade (R$ 50 mil para cada). Além disso, ele tem um acordo extrajudicial com outros cinco parentes maiores de idade.
Desde que deixou o Botafogo, Marcinho atuou apenas pelo Athletico Paranaense, que o dispensou neste ano. O lateral chegou a fechar com um clube do Chipre, mas não conseguiu liberação para deixar o Brasil enquanto responde o processo por homicídio.
Marcinho assinou com o Bahia até o fim da Série B, em novembro, mas o clube colocou em contrato uma cláusula que o protege em caso de condenação do jogador. O lateral tem permissão da Justiça para exercer a sua profissão normalmente enquanto responde o processo.
Nas redes sociais, torcedores fizeram campanha contra a contratação e existem aqueles que ameaçam cancelar o plano de sócios e deixar de frequentar jogos do clube. Torcidas organizadas e grupos políticos também se manifestaram de maneira contrária. No entanto, os fãs estão divididos e outros defendem a chegada de Marcinho com o argumento de ressocialização.
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