REFORÇO POLÊMICO
Quem é Marcinho? Contratação polêmica divide a torcida do Bahia
Lateral é réu em processo de homicídio culposo por atropelar e matar um casal em 2020
Por Daniel Genonadio
Mesmo quando a contratação era tratada como boato, a chegada do lateral-direito Marcinho ao Bahia já era alvo de protesto de parte dos torcedores, que chegaram a iniciar uma campanha para que ele não assinasse com o Tricolor. Não deu certo e o clube anunciou na segunda-feira, 1º, o acerto com o jogador, que é réu em uma processo de homídio culposo por atropelar e matar um casal no Rio de Janeiro em 2020.
>> Marcinho diz que acerto com o Bahia é oportunidade "para recomeçar"
Quando atuava pelo Botafogo, Marcinho dirigia acima da velocidade permitida quando atropelou e matou um casal no bairro do Recreio, no Rio de Janeiro. O professor Alexandre Silva de Lima morreu no local. A esposa dele, Maria Cristina, morreu dias depois. O jogador fugiu do local sem prestar socorro e teria passado por cima do corpo de Alexandre, segundo a filha do casal.
Marcinho foi indiciado por homicídio culposo e segue investigado em inquérito que segue em aberto. No ano passado, ele fez um acordo de indenização para os herdeiros das vítimas, em que pagará R$ 200 mil aos quatro netos menores de idade (R$ 50 mil para cada). Além disso, ele tem um acordo extrajudicial com outros cinco parentes maiores de idade.
Desde que deixou o Botafogo, Marcinho atuou apenas pelo Athletico Paranaense, que o dispensou neste ano. O lateral chegou a fechar com um clube do Chipre, mas não conseguiu liberação para deixar o Brasil enquanto responde o processo por homicídio.
Marcinho assinou com o Bahia até o fim da Série B, em novembro, mas o clube colocou em contrato uma cláusula que o protege em caso de condenação do jogador. O lateral tem permissão da Justiça para exercer a sua profissão normalmente enquanto responde o processo.
Nas redes sociais, torcedores fizeram campanha contra a contratação e existem aqueles que ameaçam cancelar o plano de sócios e deixar de frequentar jogos do clube. Torcidas organizadas e grupos políticos também se manifestaram de maneira contrária. No entanto, os fãs estão divididos e outros defendem a chegada de Marcinho com o argumento de ressocialização.
“Nosso contrato vai até o final da Série B, em novembro. Logicamente o clube está se respaldando em cláusulas que protejam o clube em caso de condenação, mas enquanto a Justiça brasileira permitir que o atleta desenvolva o seu trabalho, o clube vai abrir as portas e permitir que ele possa trabalhar”, disse o diretor de futebol do Bahia, Eduardo Freeland.
O gestor foi o responsável por assumir a responsabilidade pela contratação e ainda elogiou o caratér do lateral. "Entendendo o histórico que eu tenho com Marcinho, um jogador que eu tive o prazer de trabalhar na base do Botafogo, um jogador que recebi lá quando tinha 15, 16 anos. Conheci a sua conduta, o seu caráter e todo o entorno do Marcinho. É um jogador que sempre foi profissional em suas condutas, sério e dedicado”, afirmou.
O presidente do clube, Guilherme Bellintani, e o vice, Vitor Ferraz, ainda não comentaram a contratação.
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