FÓRMULA 1
Hamilton pede "ações reais" e que "vozes antigas" sejam ignoradas
Heptacampeão foi tratado de maneira racista por Nelson Piquet
Em coletiva de imprensa na Inglaterra, local de disputa do próximo Grande Prêmio de Fórmula 1, o piloto Lewis Hamilton voltou a comentar o racismo sofrido por ele pelo ex-piloto brasileiro Nelson Piquet, que o chamou de 'neguinho', em uma entrevista do ano passado que viralizou na última semana. O heptacampeão agradeceu publicamente o apoio que tem recebido e criticou o que chamou de "mentalidades arcaicas".
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Na ocasião, a F1, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e a maiorias das equipes prestaram apoio a Hamilton. Mas o heptacampeão espera mais de todos e cobrou que "ações reais" sejam colocadas em prática.
"Provavelmente, todos eles já têm um roteiro pronto para esse gerenciamento de crise. Não é suficiente. Agora é sobre ação real. Essas vozes antigas concordam subconscientemente ou conscientemente que pessoas como eu não deveriam estar no esporte. Precisamos mais do que nunca unir as pessoas. Não ajudam os comentários que estamos vendo dessas pessoas", disse o piloto da Mercedes nesta quinta-feira, 30.
Hamilton, que sofre diversas críticas de ex-pilotos do esporte majoritariamente composto por pessoas brancas ao longo da história, defendeu que "vozes antigas" da Fórmula 1 deixem de ter plataforma para expressar ideias retrógradas.
"Eu não sei por que nós continuamos dando plataforma a essas vozes antigas, porque eles estão falando sobre o nosso esporte e estamos olhando para um local completamente diferente. E isso não representa, eu acho, o que nós somos como esporte agora e onde nós estamos planejando chegar", comentou o britânico."Essas vozes antigas, seja consciente ou inconscientemente, não concordam que pessoas como eu, por exemplo, devem estar em um esporte como esse, não concordam que mulheres estejam aqui", completou.
Hamilton não chegou a mencionar o nome de Piquet ou Ecclestone, mas fez um comentário relacionado ao que foi dito pelo influente dirigente britânico. "Ninguém deveria ter que deixar racismo de lado, e não cabe a mim deixar isso de lado", disse. "Não é sobre uma situação individual, é sobre um panorama mais amplo. Estou aqui firme e forte, tentando promover a diversidade", concluiu.
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