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JUDICIÁRIO

Jogador que reagiu a ato racista recebe pena maior do que o agressor

Diego, ex-volante do Batel, e PV, zagueiro do Nacional-PR, foram julgados pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná

Marina Branco

Por Marina Branco

22/10/2025 - 12:55 h
Episódio de racismo em campo
Episódio de racismo em campo -

O Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná anunciou, na noite da última segunda-feira, 21, as sanções aplicadas aos jogadores envolvidos no episódio de injúria racial da partida entre Nacional-PR e Batel, pela Taça FPF - e as penas chamaram a atenção ao penalizar mais o atleta que reagiu do que o que praticou racismo.

O julgamento, realizado pela 2ª Comissão Disciplinar, terminou com a punição de Diego, ex-volante do Batel, e PV, zagueiro do Nacional-PR. O primeiro foi suspenso por sete partidas e multado em R$ 2 mil por ofender o adversário com insulto racista, enquanto PV, que reagiu com um soco e cuspe, recebeu dez partidas de gancho.

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A pena é composta de quatro partidas pela agressão física (decisão dividida entre os auditores) e outras seis pelo ato de cuspir no jogador (punição unânime).

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O que aconteceu

Segundo a súmula, em uma disputa de escanteio, PV teria cuspido no adversário antes de ser chamado de "macaco". Ao perceber a injúria, o defensor relatou o ocorrido ao árbitro e, em seguida, desferiu um soco no volante.

O juiz aplicou o protocolo antirracismo da Fifa, cruzando os braços em "X", interrompendo a partida e expulsando ambos os jogadores. O caso, então, seguiu para o TJD-PR, onde os quatro auditores chegaram ao mesmo veredito sobre Diego, mas divergiram levemente sobre PV.

Bruno Cavalcante, José Mário Pirolo Neto e Carlos Roberto da Silva concordaram com a punição de quatro jogos pelo soco e seis pelo cuspe. José Leandro Scandelari concordou apenas na pena por cuspir, pedindo absolvição do zagueiro em relação à agressão física.

Durante a audiência, o volante Diego alegou que o termo proferido teria sido "malaco", não "macaco", afirmando que se tratava de uma gíria usada para chamar alguém de "maloqueiro". Sua defesa ainda não se pronunciou oficialmente.

Quanto aos clubes, o Batel foi absolvido por unanimidade na denúncia por supostamente ter encoberto o comportamento racista do jogador. "Reiteramos nossa postura de tolerância zero a qualquer tipo de preconceito ou discriminação e a gente só quer apagar esse lamentável episódio. Foi um julgamento farto de provas e muito técnico, onde todo o contexto apareceu e ficou muito claro", se posicionou o presidente Leonardo Mattos Leão.

o Nacional-PR informou que vai recorrer da decisão. Em nota assinada pelo advogado Marlon Lima, o clube reafirmou apoio ao seu atleta e disse que buscará justiça em instâncias superiores.

"O clube tomará todas as medidas judiciais cabíveis, para que de fato a Justiça seja feita, renovando seu compromisso contra quaisquer práticas de atos discriminatórios, as quais são inaceitáveis!", afirmou o Nacional.

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Uma publicação compartilhada por Paulo Vitor Oliveira (@paulovitor_98)

Penalidades

De acordo com o Código Brasileiro de Justiça Desportiva, Diego foi enquadrado no artigo 243-G, que pune atos discriminatórios relacionados a raça, cor ou origem. Já PV respondeu pelos artigos 254-A (agressão física) e 254-B (cuspir em adversário).

O Batel rescindiu o contrato de Diego logo após o episódio, e a Federação Paranaense de Futebol ainda não se manifestou publicamente sobre o caso.

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Tags:

antirracismo injúria racial racismo

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