SUBSTITUTO DE GALVÃO
"Não pode misturar lacração com narração", diz Luís Roberto
Narrador será a voz titular da Globo na transmissão da Copa América
O narrador da Rede Globo, Luis Roberto, vai ter o desfaio de substituir Galvão Bueno nos eventos esportivos, em especial a Copa América e os Jogos Olímpicos de Paris. Natural de São João da Boa Vista, o apresentador, de 63 anos, contou em entrevista ao Estadão como vai ser vivenciar a emoção desses dois grandes momentos, além afirmar que o Brasil não é favorito ao título no torneio das Américas.
Luis estará na companhia dos comentaristas Júnior e Roger Flores durante o torneio continental de futebol e viajará pouco depois para a capital francesa onde vai ancorar apenas a transmissão da cerimônia de abertura dos Jogos.
Ele contou como vai ser lidar com a responsabilidade de assumir o posto de narrador titular da Globo. "Quando saí de São João da Boa Vista e fui para Campinas e Santos, onde me formei, nunca tive sonhos, eu queria ser um bom jornalista. O rádio sempre foi o motor da minha vida. Sempre quis fazer o meu trabalho direito. Essa é uma receita bacana: quando você está trabalhando direito, fazendo direito, em sintonia com o seu tempo, quando tem uma oportunidade, a tendência é que você a abrace, e é o que estou fazendo. Pressão boa, a cada dia que passa me apaixono mais pela profissão, uma pena que ficamos mais velhos", comentou.
Ele também aproveitou a oportunidade para dizer que o seu atual modelo de narração tem mais semelhança com o que fazia no rádio no passado. "Nós tivemos durante um período uma narração de televisão limpa, descritiva, sem teor emocional exacerbado. Entre 2014 e 2016, a gente começa a ter um incentivo dos executivos que passaram a liderar o esporte na Globo para que as narrações fossem mais empáticas, com mais personalidade. Nós começamos a ter mais ousadia, com bordões e pitacos de opinião", detalhou.
Luis contou como faz para reter a atenção do público que, na atual geração, já usa diversos dispositivos para consumir conteúdo, ou seja, para prender a o telespectador na TV fica mais complicado.
"Existe agora um momento em que estamos modulando essa relação. A prioridade do narrador é entregar o produto como algo de televisão. A gente não pode misturar lacração com narração de TV. Se vier um meme e isso divertir as pessoas nas redes sociais, tudo bem. Os influenciadores estão nas redes acompanhando a transmissão e quem curte está lá ligado no influenciador preferido. Na internet, não tem a imagem do jogo e, ao mesmo tempo, percebo que quem tenta fazer uma mistura disso está encontrado essa modulação", pontuou o jornalista.
Ele não fugiu dos temas afirmou que não considera o Brasil favorito para ganhar a Copa América. Segundo ele, há times como Argentina, Uruguai e Colômbia que estão mais 'redondos'. O apresentador chamou a atenção para a necessidade de se construir um sistema defensivo mais sólido.
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