REVOLTA
Presidente do Flu de Feira critica árbitro: "destruiu nosso trabalho"
Filemon Neto afirmou que deveria ter "tirado o time de campo" no jogo que deu o acesso à Série A ao Bahia de Feira
Por Marina Branco

O Bahia de Feira está de volta à Série A do Baianão - mas, para que isso acontecesse, foi preciso deixar para trás o Fluminense de Feira, que segue na segunda divisão estadual depois de perder por 3 a 0 no último sábado, 12, na Arena Cajueiro. Com um jogador a mais durante praticamente todo o tempo regular, após a expulsão do camisa 10 fluminense, Elivelton, o Bahia chegou à final contra o Galícia.
O cartão vermelho dado pela arbitragem pela entrada em Peterson desagradou a torcida do Touro, que contestou muito a decisão. Os torcedores não estavam sozinhos - o presidente da SAF do Fluminense de Feira, Filemon Neto, estava tão insatisfeito quanto, afirmando que a atuação da arbitragem no jogo havia sido "muito feia".
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"Ficou claro para quem viu o jogo. Não precisava nem ter tido segundo tempo. Precisava? Tava tudo certo já, o que tinha que acontecer. Não teve problema no trabalho não, o Fluminense fez o que fez e tava dominando, e aí a gente foi operado. Não tem o que ser feito. Eu acho que teve um erro sim - eu devia ter tirado o time de campo. Isso aí eu acho que eu deveria ter feito. Mas paciência, é assim mesmo, futebol tem dessas", contestou.
Para ele, o trabalho do Flu em prol do acesso foi bem construído, e deve continuar na próxima temporada: "O planejamento segue como tava antes. Eu tenho falado o tempo todo, o Fluminense tem um planejamento sólido e sério que passa pelo desenvolvimento das divisões de base e que acaba eclodindo nas consequências do futebol profissional. A gente fez dois anos de investimento forte pro futebol profissional subir, acertamos tudo que o investimento pode comprar".
"São dois anos consecutivos e duas semifinais. Fazer fórmula matemática que force a dar certo é impossível. Eu acho que do ano passado para cá a gente melhorou muito na chegada da reta final, chegamos aqui hoje franco favorito, era visível, todo mundo tava vendo isso, que a equipe da gente tava impondo o jogo deles, e aí a gente foi operado. Na cara de todo mundo, quem viu o jogo sabe, não tem o que ser discutido. Mas paciência. Parabéns ao Bahia de Feira", completou.
O dirigente contestou muito as decisões do árbitro Josué, afirmando que ele teria destruído todo o trabalho do clube por irresponsabilidade e desonestidade. "O futebol não é pra ser assim não. De forma desonesta, não é pra ser assim não. O que aconteceu hoje com a arbitragem foi muito feio. Ele (Josué) destruiu um trabalho de um ano inteiro num ato irresponsável", afirmou.
Defendendo a arbitragem baiana, Filemon contestou a atuação pontual no clássico de Feira: "Podem puxar minhas entrevistas aí, eu jamais critico a arbitragem. Eu sou entusiasta que a arbitragem baiana seja baiana mesmo, eu não gosto quando traz árbitro de fora, eu acho que a gente tem que dar valor pro nosso árbitro. O nosso árbitro tem que trabalhar, tem que tá nos jogos, porque se não for assim, o nosso árbitro não evolui".
"Agora, o que ele fez não foi um erro, foi uma atitude deliberada com intuito de prejudicar o Fluminense, motivado por ações que eu não sei, e por não saber, não posso acusar. Mas foi uma atitude deliberada para prejudicar o Fluminense, tanto nas faltas pequenas que ele fez, nas atitudes, nos cartões, como aquela em que eu acho que ele decidiu dar um ponto final e fez uma atitude gritante", disse.
Apesar das reclamações, a relação entre os clubes seguiu positiva, com os presidentes das SAFs se abraçando após o apito final e o próprio Filemon elogiando o trabalho do Bahia. "Isso destruiu o jogo, estragou a festa, e não tinha necessidade disso, né? As duas equipes estavam preparadas, o Bahia de Feira se preparou bastante também, não precisava disso para conseguir o acesso", afirmou.
"Acho até que mela um trabalho bonito que o Bahia de Feira tem feito, que não foi feito só esse ano, vem sendo feito há muitos anos. É um trabalho que Feira de Santana precisa valorizar também, o trabalho do professor Jodilton, de Tiago, de Mayara. Já vem aí há quase dez anos despontando, fazendo frente na Bahia, vendendo Feira de Santana de forma belíssima mundo afora. Então assim, não precisava disso, não precisava de forma nenhuma operar o Fluminense dessa forma", finalizou.
Do outro lado, o mesmo respeito foi mantido, com Jodilton Souza parabenizando o Fluminense de Feira. “Uma cidade como Feira de Santana, principal cidade do interior da Bahia, não pode deixar de ter um time na elite. Quero, inclusive, parabenizar os meninos, Filemon e André, do Fluminense, que vêm fazendo um grande trabalho", afirmou.
"Infelizmente nós nos encontramos em uma semifinal e um dos dois teria que ser alijado da final e, automaticamente, do retorno à elite, mas vamos torcer para que o Fluminense também volte para o ano”, completou.
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