MUNDO
Cirurgião é condenado após amputar próprias pernas para receber seguro
Além da pena de prisão, médico recebeu uma ordem contra danos sexuais válida por 10 anos

Por Isabela Cardoso

Um cirurgião vascular do Reino Unido, Neil Hopper, de 49 anos, foi condenado na última quinta-feira, 4, por fraude após amputar suas próprias pernas na tentativa de receber cerca de 671 mil dólares (aproximadamente R$ 3,6 milhões) de uma seguradora. O tribunal revelou que o ato tinha motivações sexuais em parte.
Além da pena de prisão de 2 anos e 8 meses, Hopper recebeu uma ordem contra danos sexuais válida por 10 anos, destinada a restringir comportamentos de risco e proteger a população.
O caso das amputações autoinduzidas
Em 2019, Hopper utilizou gelo seco para congelar suas pernas. Levado ao hospital, alegou estar sofrendo de diarreia e vômito e foi inicialmente tratado por suspeita de sepse, uma grave resposta inflamatória a infecções que pode levar à falência de órgãos.
Posteriormente, passou por amputação dupla dos pés, seguida da remoção das pernas abaixo dos joelhos. O tribunal concluiu que o médico não revelou a verdadeira causa das lesões e mantinha o desejo de se tornar amputado, ligado a prazer sexual.
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“Você fez alegações fraudulentas de seguro alegando que as lesões eram resultado de sepse, quando na verdade foram provocadas por você, aparentemente ao menos para gratificação sexual”, afirmou o juiz James Adkin durante a sentença.
Pornografia extrema e ligações com EunuchMaker
Durante a investigação, descobriu-se que Hopper armazenava imagens pornográficas extremas, incluindo vídeos do site de modificações corporais radicais EunuchMaker, que mostravam mutilações genitais. Ele comprou três vídeos e manteve milhares de mensagens com o criador do site, Marius Gustavson, condenado à prisão perpétua no ano passado.
Segundo a BBC, os crimes de pornografia extrema de Hopper estavam ligados a adultos e não envolviam crianças.
Perfil profissional e investigação
Neil Hopper era funcionário do Royal Cornwall Hospitals NHS Trust (RCHT) entre 2013 e 2023. Ele teve seu registro médico suspenso após a prisão.
Em nota, o hospital afirmou que, embora os detalhes do caso sejam “chocantes”, não há ligação entre os crimes do médico e sua conduta profissional. “Durante uma investigação policial minuciosa, não foram encontradas ligações entre as práticas criminosas do Sr. Hopper e o atendimento prestado a pacientes”, declarou o RCHT.
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