TRAGÉDIA
Incêndio no Chile mata 14 migrantes venezuelanos
Oito crianças estão incluídas entre os mortos
Por AFP
Um incêndio em um assentamento de habitações precárias no sul do Chile matou 14 venezuelanos na segunda-feira, 6, incluindo oito crianças, uma tragédia que levou o governo a anunciar ajuda e medidas para o local da tragédia.
A ministra do Interior, Carolina Tohá, expressou "consternação" com o incêndio em Coronel, localizada 530 km ao sul de Santiago. Segundo fontes do corpo de bombeiros da região, os menores de idade que morreram tinham entre 4 e 13 anos.
"Com grande consternação recebemos a notícia da tragédia em Coronel, em que menores e adultos morreram vítima de um incêndio", escreveu a ministra na rede social X.
Ela informou que o governo enviará uma delegação de subsecretários a Coronel, "para entender o que aconteceu no local e coordenar as medidas e ajuda necessárias".
Antes, o vice-prefeito de Coronel, Javier Valencia, confirmou o falecimento de "14 moradores de nossa comuna. São três famílias, oito menores de idade, seis adultos que morreram devido a este incêndio que destruiu suas casas".
"São famílias venezuelanas que viviam de maneira muito precária", apontou, depois de afirmar que no assentamento as casas são construídas com materiais leves, nos quais o fogo se propaga rapidamente.
Embora as causas do incêndio sejam desconhecidas, o vice-prefeito disse que estavam investigando o possível superaquecimento de um fogão. Nas duas casas consumidas pelas chamas, viviam três "famílias amontoadas" em "condições típicas de um acampamento", segundo o vice-prefeito.
A enviada da presidência para a região de Biobío, onde ocorreu a tragédia, afirmou que o local é um "acampamento recentemente oficializado", onde a até 2022 viviam 179 famílias, a maioria imigrantes.
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O incêndio aconteceu em um momento de debate de um novo projeto de Constituição no Chile, que introduz uma polêmica norma que ordena a expulsão "no menor tempo possível" de estrangeiros que entram no país "de forma clandestina ou por passagens não autorizadas".
Desde 2017, a chegada de migrantes da Venezuela ao Chile aumentou exponencialmente, muitos dos quais cruzaram a fronteira a pé pelo Peru ou Bolívia, através de passagens clandestinas.
De acordo com estimativas oficiais, dos 1,7 milhão de estrangeiros que chegaram ao Chile nos últimos anos, quase metade são venezuelanos que fugiram da crise econômica em seu país.
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