FARPAS
Irã e Israel trocam acusações de violação da trégua apontada por Trump
Trump também acusou os dois países, em particular Israel, de violar trégua
Por Redação

Irã e Israel trocaram acusações nesta terça-feira, 24, sobre violações do cessar-fogo que foi anunciado horas antes pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após 12 dias de guerra e bombardeios aéreos americanos que atingiram instalações nucleares da República Islâmica.
Trump também acusou os dois países, em particular Israel, de violar a trégua e afirmou que o cessar-fogo "já está em vigor". "Não estou feliz com o Irã, mas realmente não estou feliz com Israel", acrescentou.
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Até as 7h45 GMT (4h45 em Brasília) de terça-feira, 24, não havia nenhum alerta em Israel. E no Irã, o Exército relatou pela última vez ataques israelenses às 5h30 GMT (2h30 de Brasília).
Israel foi o primeiro a anunciar que havia aceitado a proposta de cessar-fogo americana e afirmou que "todos os objetivos" da guerra, cuja meta declarada era neutralizar o programa nuclear iraniano, foram alcançados.
O Irã comemorou uma "vitória" e afirmou ter forçado seu inimigo a "encerrar unilateralmente" o conflito. A Guarda Revolucionária, o exército de elite do Irã, alegou ter dado "uma lição" em Israel.
No último dia 13 de junho, Israel lançou uma onda de ataques aéreos contra o Irã, que acusa de querer desenvolver armas nucleares. Teerã, que nega a acusação e defende seu direito de desenvolver um programa nuclear civil, lançou uma salva de mísseis e drones contra o território israelense.
Na manhã desta terça-feira, 24, as sirenes voltaram a soar no norte de Israel, embora o Irã tenha negado o disparo de mísseis após o anúncio do cessar-fogo.
Uma fonte militar israelense disse à AFP que dois mísseis foram disparados do Irã e interceptados.
Na madrugada desta terça, 24, Trump anunciou que os dois países haviam chegado a um acordo de cessar-fogo "total e completo" que deveria levar a um "fim oficial" do conflito.
O Catar afirmou, por sua vez, que havia "persuadido o Irã" a aceitar o cessar-fogo e pediu que Washington e Teerã retomassem as negociações sobre seu programa nuclear, que foram interrompidas pela guerra.
Mais de 600 mortos no Irã
Antes do anúncio do cessar-fogo, o Irã lançou duas séries de mísseis contra Israel, de acordo com a mídia estatal iraniana Irib.
Os serviços de emergência israelenses relataram quatro mortes em Beersheva (sul), onde um prédio residencial foi destruído.
No Irã, um ataque na província de Guilan (norte), matou nove pessoas e destruiu quatro edifícios residenciais, segundo a agência de notícias Fars, antes de Trump anunciar o início de um cessar-fogo.
A imprensa iraniana informou, ainda, que um ataque israelense no dia anterior matou um alto comandante da força paramilitar Basidj, vinculada à Guarda Revolucionária.
Um cientista nuclear também foi morto em um ataque israelense, de acordo com a mídia estatal.
Durante a noite, várias explosões sacudiram Teerã, de acordo com jornalistas da AFP na capital, entre as mais violentas desde o início da guerra.
No Irã, a guerra deixou pelo menos 610 mortos e mais de 4.700 feridos, segundo um balanço oficial que inclui apenas vítimas civis.
Os disparos iranianos contra Israel deixaram 28 pessoas mortas, de acordo com as autoridades.
Desde o último dia 13 de junho, Israel bombardeou centenas de instalações militares e nucleares iranianas, matando funcionários de alto escalão iranianos e cientistas envolvidos no programa nuclear.
Represálias "proporcionais"
Donald Trump pediu "paz" na segunda-feira, depois que o Irã lançou mísseis contra a base militar americana de Al Udeid, no Catar, a mais importante do Oriente Médio, em retaliação aos ataques americanos contra três bases nucleares iranianas (Fordo, Natanz e Isfahan) no domingo.
O Conselho de Segurança Nacional do Irã descreveu o ataque como uma "resposta à ação agressiva" dos EUA, acrescentando que o Irã havia usado o mesmo número de mísseis que as bombas nos ataques americanos.
De acordo com Ali Vaez, do think tank International Crisis Group, as represálias iranianas "foram proporcionais e anunciadas de forma a não causar vítimas americanas, permitindo assim uma saída da crise para ambos os lados".
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), considera impossível, no momento, avaliar os danos e pediu acesso às instalações iranianas.
Os especialistas acreditam que o Irã pode ter retirado o material nuclear das instalações atingidas e Teerã afirmou que ainda possui estoques de urânio enriquecido.
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