MUNDO
Mike Lynch: quem é o bilionário desaparecido após iate de luxo afundar
Pessoas ainda não foram encontradas após tempestade
Por AFP
O magnata britânico da tecnologia Mike Lynch está entre os desaparecidos no naufrágio de um iate de luxo ocorrido na madrugada desta segunda-feira (19) perto de Palermo, na ilha italiana da Sicília, com 22 pessoas a bordo.
"Esta manhã, por volta das 5h (0h de Brasília), após uma violenta tempestade, um iate de 56 metros, batizado de 'Bayesian' e com bandeira britânica, afundou em frente a Porticello", uma cidade costeira situada a 15 km a leste de Palermo, informaram os guardas-costeiros italianos em um comunicado.
A bordo do iate de luxo estavam 12 passageiros e 10 membros da tripulação, em sua maioria britânicos, segundo os meios de comunicação italianos.
No total, quinze pessoas foram resgatadas e, a princípio, foram reportados sete desaparecidos, incluindo um membro da tripulação e seis passageiros de nacionalidade britânica, americana e canadense.
O corpo de um dos desaparecidos foi encontrado no destroço do iate, localizado a 50 metros de profundidade, e conseguiu ser recuperado.
Mike Lynch, um dos mais conhecidos empresários de tecnologia britânicos, está entre os desaparecidos, disse à AFP o diretor da Proteção Civil regional, Salvo Cocina.
A filha do magnata, Hannah, também está desaparecida, mas sua esposa, Angela Bancares, foi resgatada e internada em um hospital local com ferimentos leves, segundo um correspondente da AFP.
Mike Lynch, 59 anos, é fundador da empresa de software Autonomy e sua fortuna está avaliada em 500 milhões de libras (cerca R$ 3,51 bilhões), de acordo com a última "Lista dos Ricos" do jornal dominical britânico Sunday Times.
Nos últimos anos, o empresário tem sido notícia sobretudo devido a um julgamento em um caso de fraude ligado à venda da Autonomy ao grupo norte-americano HP por 11 bilhões de dólares (cerca de R$ 60 bilhões na cotação atual) em 2011.
A HP acusou a empresa de falsificar suas contas e especificamente Lynch de inflacionar artificialmente as receitas reportadas, o crescimento das receitas e a margem de lucro da empresa.
Em 2023, foi extraditado do Reino Unido para os Estados Unidos para ser julgado neste caso, mas acabou absolvido em junho, após julgamento realizado em San Francisco, Califórnia.
"Tragédia"
A maioria dos sobreviventes do naufrágio são britânicos, embora haja também dois franco-britânicos, um cingalês, um neozelandês e um irlandês, noticiaram veículos de imprensa.
Charlotte, uma passageira britânica de 35 anos, contou que perdeu sua filha de um ano "por dois segundos" na água antes de recuperá-la.
"Eu a abracei imediatamente em meio às ondas. Muitos gritavam. Felizmente, o bote salva-vidas estava inflado e 11 de nós subimos a bordo", contou à agência de notícias italiana Ansa. A mulher e sua filha foram hospitalizadas, mas estão fora de perigo.
O sol voltou a nascer nesta segunda-feira, permitindo, com o mar calmo, que os serviços de resgate realizassem as buscas com o apoio de um helicóptero e mergulhadores.
O iate, segundo veículos de comunicação, afundou depois de passar por uma tromba d'água, um fenômeno que tem sido cada vez mais comum na Europa.
"Chegamos lá os primeiros para ajudar, mas não encontramos ninguém no mar, apenas almofadas e restos do bote, então imediatamente chamamos o porto", contou à AFP Fabio Cefalù, um pescador que viu o fenômeno meteorológico se aproximar "por volta das 3h30" locais.
"O barco estava todo iluminado. Por volta das 4h30, já não estava mais... Um dia normal de férias, passado felizmente no mar, virou uma tragédia", declarou uma testemunha, citada pela Ansa.
O iate Bayesian foi construído na região italiana da Toscana em 2008 e restaurado em 2020, segundo o portal TGCom 24.
Fotos publicadas nas redes sociais mostram um luxuoso iate com casco azul-marinho e uma coberta de madeira clara ancorado à noite em frente à costa.
"Nossa prioridade é cooperar com a busca em andamento e prestar todo o apoio necessário aos passageiros e à tripulação sobreviventes", declarou em um comunicado a Camper & Nicholsons, empresa britânica que montou o barco.
Este tipo de iate tem um mastro principal de alumínio considerado o mais alto do mundo, com 75 metros. Suas velas têm uma área de 3.000 m².
As autoridades abriram uma investigação, que está a cargo da autoridade judicial de Termini Imerese.
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