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Navio de guerra ganha reforma e vira hotel milionário em Singapura
O SS Medina já foi transportador de cebolas, embarcação de guerra e até mesmo cruzeiro

Por Redação

O navio a vapor SS Medina, construído desde 1914, deixou o estaleiro em Newport News, em Virgínia, nos Estados Unidos, e depois de muitas histórias, desbravar inúmeros mares, finalmente ganhará repouso.
A história do Medina é antiga. Originalmente usado para transportar cebolas e outros produtos, a embarcação foi convocada para ajudar os EUA durante a Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, foi convertido em navio de passageiros com o nome SS Roma, recebeu um motor a diesel e, como MS Franca C, passou a operar como navio de cruzeiro. Em 1977, foi comprado por uma organização cristã e rebatizado de MV Doulos, funcionando como navio missionário e biblioteca flutuante.
Nas três décadas seguintes, percorreu mais de 360 mil milhas náuticas e atracou em mais de 100 países. Em 1991, chegou a ser alvo de um ataque com granadas por separatistas muçulmanos nas Filipinas, em um atentado que deixou dois evangelistas mortos.
Uma nova história
Agora, depois de mais de um século no mar, o navio ficará na ilha tropical de Bintan, na Indonésia, conhecida por seus resorts all inclusive à beira-mar. O empresário singapurense Eric Saw, atual dono investiu os últimos 15 anos e cerca de 23 milhões de dólares de Singapura (cerca de R$ 97,7 milhões e US$ 18 milhões) para transformá-lo em um hotel de luxo.
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“Se eu não tivesse esse projeto, talvez tivesse uma Ferrari e uma Lamborghini em casa, e estaria velejando pelo mundo todo ano com a minha família”, refletiu o empresário de 74 anos, durante um almoço no restaurante do hotel, construído em uma nova estrutura de dois andares junto à proa. Mas a tarefa monumental de comprar, reformar e trazer o navio histórico para terra firme foi, segundo ele, “um chamado de Deus”.
Como é o Medina?
Rebatizado de Doulos Phos, ou “Servo da Luz” em grego, o navio está ancorado em uma península artificial em formato de âncora, criada especialmente para o projeto. Hoje, sua enorme hélice, antes oculta sob a linha d’água, está totalmente à mostra — assim como a parte inferior do casco de 130 metros, construído, assim como o do Titanic, com chapas de aço unidas por rebites (a soldagem só se popularizou na construção naval a partir dos anos 1930).

No interior, corredores estreitos e de teto baixo levam a cerca de 100 quartos e suítes. Alguns ainda preservam escotilhas redondas como janelas; outros mantêm portas metálicas pesadas com alavancas que agora se abrem para varandas privativas com vista para o mar — antes usadas pelos marinheiros para circular pelo convés.
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