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Novo oceano está se formando no planeta Terra; entenda
Reservatório subterrâneo a 700 km de profundidade pode conter volume três vezes maior que todos os oceanos conhecidos
Por Luiz Almeida

Pesquisadores ao redor do mundo estão se aproximando da confirmação de uma descoberta impressionante: um oceano subterrâneo.
O local escondido está a cerca de 700 quilômetros abaixo da superfície da Terra, com potencial para conter três vezes mais água do que todos os oceanos da superfície somados.
Essa água, no entanto, não está em estado líquido como conhecemos. Ela está presa em minerais profundos, como a ringwoodita, sob altíssimas pressões, dentro do chamado manto terrestre, a camada sólida entre a crosta e o núcleo do planeta.
Descoberta mudou a visão sobre os oceanos
A possibilidade de um "oceano interno" foi sugerida por estudos iniciados em 2014, quando sensores sísmicos detectaram comportamentos estranhos de ondas geradas por terremotos.
Essas ondas, ao atravessarem determinadas regiões do manto, se propagavam de forma diferente, sugerindo a presença de água embutida na estrutura dos minerais.
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O principal indício veio da ringwoodita, um mineral raro que só se forma sob altíssima pressão e que pode reter água em sua estrutura cristalina. A presença desse mineral, em conjunto com os dados sísmicos, fortaleceu a hipótese de que existe um imenso reservatório subterrâneo.
Descoberta inovadora no planeta Terra
A descoberta desse potencial oceano subterrâneo pode revolucionar a compreensão científica sobre a formação da Terra e seus oceanos.
Antes, acreditava-se que a maior parte da água do planeta havia sido trazida por cometas, mas essa nova teoria indica que parte da água dos oceanos pode ter emergido do interior do próprio planeta, ao longo de bilhões de anos.
O que sabemos até agora sobre o "oceano subterrâneo"?
- Localização: cerca de 700 km abaixo da superfície, no manto terrestre
- Volume estimado: pode conter até três vezes mais água do que todos os oceanos conhecidos
- Forma da água: não está líquida — está presa em minerais, como a ringwoodita
- Como foi detectado: por meio de ondas sísmicas com comportamento incomum em terremotos
- Mineral-chave: Ringwoodita, que retém água em sua estrutura cristalina
- Impacto científico: pode mudar a visão sobre a origem dos oceanos e a dinâmica geológica da Terra
- Efeitos potenciais: pode influenciar placas tectônicas, erupções vulcânicas e ciclo hidrológico interno
Além disso, essa água oculta pode exercer influência direta no comportamento das placas tectônicas, nos terremotos, nas erupções vulcânicas e em outras dinâmicas geológicas ainda pouco compreendidas.
Manto que funciona como uma esponja
Um dos aspectos mais importantes da descoberta é que o manto terrestre, até então considerado seco, pode funcionar como uma esponja gigante.
A ringwoodita e outros minerais presentes naquela camada têm a capacidade de absorver e armazenar hidrogênio, criando as condições ideais para a retenção de água no interior da Terra.
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