CAMPANHA PRESIDENCIAL
Trump fará primeiro comício após tentativa de assassinato
Sua imagem após o atentado, com parte do rosto ensanguentado e o punho erguido reforçou sua figura de homem forte
Fortalecido na convenção nacional que lhe deu o apoio total do Partido Republicano, Donald Trump retoma neste sábado, 20, sua campanha para as eleições de novembro com confiança, um contraste absoluto com o seu rival democrata, o presidente Joe Biden, que parece mais enfraquecido do que nunca.
Exatamente uma semana depois de escapar de uma tentativa de assassinato a tiros durante um comício na Pensilvânia, Trump realizará um ato político em Grand Rapids, no estado de Michigan (nordeste).
Biden, por outro lado, continua se recuperando da covid-19 na sua residência particular em Delaware, no leste do país. Aos 81 anos, o veterano presidente é alvo de múltiplos apelos dentro do Partido Democrata para que abandone a corrida em meio a dúvidas sobre as suas capacidades cognitivas e saúde física.
Segundo o jornal The Washington Post, ele perdeu até mesmo o apoio de Barack Obama, que também acredita que Biden deveria "considerar seriamente a viabilidade da sua candidatura", segundo pessoas próximas do ex-presidente (2009-2017).
Cerca de 20 legisladores democratas já fizeram o mesmo pedido publicamente e alguns querem realizar uma convenção partidária aberta para escolher um substituto.
União de republicanos
Uma saída de Biden da corrida poderia desestabilizar os republicanos, que seriam forçados a rever sua estratégia eleitoral, amplamente detalhada durante os quatro dias da convenção realizada esta semana em Milwaukee.
Até agora, o estado de saúde de Biden é o eixo central da campanha republicana e multiplicam-se as peças de propaganda eleitoral com um Biden que comete gafes, gagueja e tropeça.
Aos 78 anos, Trump criticou Biden por seu estado de saúde na quinta-feira, durante o seu discurso na convenção em que foi oficialmente ratificado como candidato. Argumento que poderiam se virar contra ele mesmo caso sua rival se tornasse a atual vice-presidente, Kamala Harris, de 59 anos.
O eixo da campanha "não mudará fundamentalmente", disse Jason Miller, assessor próximo de Trump, em entrevista à AFP.
"Biden, Kamala Harris ou outro democrata de esquerda radical, todos são responsáveis pela destruição de nossa economia", disse Miller, destacando também o que os republicanos consideram uma "crise" devido à migração irregular através da fronteira com o México.
Essas foram as questões centrais abordadas por Trump em uma convenção que se revelou um grande sucesso para o líder da direita americana.
Hoje, Donald Trump está com sorte e saboreia os reveses dos democratas. Não apenas sobreviveu a uma tentativa de assassinato em 13 de julho, mas o processo contra ele por suposta gestão indevida de documentos confidenciais após deixar a Casa Branca em janeiro de 2021 foi arquivado.
Sua imagem após o atentado, com parte do rosto ensanguentado e o punho erguido enquanto era retirado do local por agentes do Serviço Secreto, percorreu o mundo e reforçou sua figura de homem forte.
Além disso, Trump obteve esta semana o apoio dos líderes do partido, incluindo seus ex-rivais internos, com os quais agora comanda um bloco sem fissuras. Sua campanha foi reforçada pelo seu novo companheiro de chapa, J. D. Vance, um trumpista puro de 39 anos que poderá atrair votos importantes em estados-chave do país.
As eleições presidenciais nos Estados Unidos serão realizadas em 5 de novembro, mas a campanha já acontece intensamente há bastante tempo.
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