PROJETO
Barroso participa de entrega de livros no Conjunto Penal de Barreiras
Presidente do STF e do CNJ destacou que Plano Pena Justa ajudará a transformar o sistema prisional
Por Redação
![Presidente do STF e do CNJ participa de roda de leitura e entrega de livros no Conjunto Penal de Barreiras](https://cdn.atarde.com.br/img/Artigo-Destaque/1300000/1200x720/Barroso-participa-de-entrega-de-livros-no-Conjunto0130704900202502122310-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F1300000%2FBarroso-participa-de-entrega-de-livros-no-Conjunto0130704900202502122310.jpg%3Fxid%3D6554487%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1739412663&xid=6554487)
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, participou na segunda-feira, 10, de roda de leitura e da entrega de 870 livros doados pela Fundação Biblioteca Nacional a presos do Conjunto Penal de Barreiras, na Bahia.
A visita faz parte do projeto Mentes Literárias, que visa estimular a leitura no sistema prisional. Atualmente, cada livro lido pelo detento permite remição de quatro dias de pena, com limitação de 12 livros por ano – o que permite descontar até 48 dias da pena por ano em razão da leitura.
O presídio tem cerca de 450 detentos, mas participaram da atividade aproximadamente 15 presos. O livro escolhido foi “De Marte à Favela”, da jornalista Aline Midlej e do ativista Edu Lyra, da Gerando Falcões, que trata sobre desigualdade social e formas de superar a miséria e a pobreza. Os detentos comentaram trechos do livro e falaram sobre pontos que consideraram mais relevantes. Também foi lançado o livro “Laços – das construções às restaurações”, com textos escritos por profissionais e presos do complexo de Barreiras.
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O presidente do STF e do CNJ destacou que fomentar a leitura e a cultura nos presídios são objetivos do Plano Pena Justa, elaborado pelo CNJ e pelo Ministério da Justiça para cumprir decisão do STF que determinou medidas para solucionar o estado inconstitucional de coisas no sistema prisional. “O Plano Pena Justa é um esforço de melhoria das condições do sistema prisional. O sistema não funciona bem, reconhecemos isso, e estamos empenhados em fazer com que tudo melhore porque a melhoria do sistema prisional também favorece a sociedade. As pessoas presas têm direito à educação, ao trabalho, à cultura e à leitura. Muitas vezes, a prisão física não impede uma libertação espiritual que a leitura pode promover”, disse o ministro.
Para Barroso, o sistema prisional brasileiro é talvez uma das partes mais difíceis e complexas da sociedade brasileira. “Parte da dificuldade de enfrentar esse problema está associada com a indiferença e a raiva com que algumas pessoas tratam os internos do sistema prisional. Estamos falando dos direitos dos presos e da importância de essas pessoas se reintegrarem. As pessoas foram condenadas a passar um período em privação de liberdade, mas não foram condenadas a comer comida estragada ou a não terem educação.”
O ministro foi acompanhado do conselheiro José Rotondano, responsável no CNJ pelo sistema prisional e medidas socioeducativas, além da secretária-geral do CNJ, Adriana Cruz, da chefe de gabinete da Presidência, Leila Mascarenhas, e do juiz auxiliar Jônatas Andrade.
Em sua fala, o conselheiro Rotondano destacou que a sistemática violação de direitos no sistema prisional deve ser enfrentada pelas instituições públicas. “O Projeto Mentes Literárias, que estamos executando em diversos presídios do país, e aqui de modo especial, constitui-se em mais um alicerce da luta pela consolidação de projetos de ressocialização Brasil afora. (…) Nós, enquanto juízes e juízas, precisamos apoiar os projetos de ressocialização e desmistificar os preconceitos existentes com as pessoas privadas de liberdade. Eu acredito no ser humano. Acredito no poder da leitura. Acredito na transformação da vida das pessoas privadas de liberdade.”
![Ministro Roberto Barroso, presidente do STF e CNJ com o baiano Conselheiro do CNJ Desembargador José Rotondano, em Barreiras](https://cdn.atarde.com.br/img/inline/1300000/724x0/Barroso-participa-de-entrega-de-livros-no-Conjunto0130704900202502122310-1.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2Finline%2F1300000%2FBarroso-participa-de-entrega-de-livros-no-Conjunto0130704900202502122310.jpg%3Fxid%3D6554490&xid=6554490)
Acompanharam ainda evento a presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, Cynthia Maria Pina Resende; o secretário de Segurança Pública do Estado, Marcelo Werner; e o Secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, José Castro.
Além da roda de leitura e da entrega de livros, o CNJ firmou acordo de cooperação técnica com o Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras para a oferta de vagas de trabalho e com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e o Senai para a oferta de cursos de capacitação técnica. O conselho também assinou protocolo de intenções para a construção de oficina-escola no presídio, com recursos do Instituto da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia.
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