POLÊMICA
Gil Félix opina sobre 'baixaria' no pagode baiano: "O tempo sempre cobra"
Cantor e compositor comentou sobre a lei antibaixaria, aprovada pela Câmara de Vereadores em Salvador
Por Luana Leal*
O recente debate sobre o Projeto de Lei 167/2024, conhecido como “antibaixaria”, reacendeu polêmicas sobre os limites da liberdade artística e a responsabilidade cultural. A proposta, que visa proibir a contratação de artistas com músicas de conteúdo explícito ou apologia a crimes para eventos públicos em Salvador, foi aprovada pela Câmara de Vereadores e aguarda sanção do prefeito.
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Para o músico e compositor Gil Félix, radicado na Suécia, a questão vai além da proibição. Segundo ele, “muita coisa que chamam de cultura é, na verdade, produto feito para ser consumido, sem uma essência cultural". "A liberdade de criação é importante, mas cada um deve arcar com as consequências de suas escolhas", afirmou.
Se o consumidor fosse mais esclarecido, não daria espaço para esse tipo de conteúdo
Gil enfatiza que a música brasileira precisa superar barreiras regionais e alcançar uma perspectiva global.
Nosso país está fechado culturalmente. Conhecemos pouco do que acontece fora do Brasil, e isso impacta a qualidade e a sustentabilidade da nossa produção cultural. Quem consome apenas o que é servido localmente perde a oportunidade de evoluir
Ele também reflete sobre a efemeridade de alguns gêneros musicais. Para Gil, movimentos como o axé tiveram um ciclo natural de auge e declínio, enquanto estilos com maior elaboração, como a MPB e a bossa nova, permanecem relevantes. “Se você não constrói com elementos sólidos, chega um momento em que tudo desaba. O tempo cobra consistência e autenticidade".
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A legislação retoma discussões de 2012, quando foram sancionadas normas municipais e estaduais que já limitavam o uso de verbas públicas para artistas com músicas que promovem violência ou discriminação. Agora, a proposta amplia o controle, com sanções severas, incluindo o reembolso de cachês em casos de descumprimento.
Lançamento e show gratuito no Rio Vermelho
No próximo dia 25 de janeiro (sábado), às 21h, o cantor, compositor e multi-instrumentista baiano, que mora há seis anos em Estocolmo, na Suécia, sobe ao palco do Parador Z1, no Rio Vermelho, Salvador, em show gratuito, para apresentar o show de lançamento de seu mais novo álbum, Ubalafon.
Confira mais informações sobre a festa:
➡️ SERVIÇO
▪️ O QUÊ: Gil Félix
▪️ QUANDO: 25 de janeiro, 21h
▪️ ONDE: Parador Z1, no Rio Vermelho
▪️ INGRESSOS: Gratuito
*Sob supervisão de Bianca Carneiro
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