EDITORIAL
A terapia do perdão
Nesta Páscoa, é tempo de escolhermos defender os crucificados contemporâneos, compartilhando suas dores
Por Da Redação
Celebração importante do calendário cristão, a Páscoa é marcada em todo o mundo com uma série de rituais e tradições variando de acordo com perfis culturais distintos, mas sua proposta original é convidar a pensar sobre valores.
Justiça, fraternidade, amor, união e esperança são difíceis de definir, quando começamos a tentar unir palavras, na construção de frases, tanto quanto fáceis de sentir, se observamos a partir de práticas cotidianas voltadas para o bem.
No momento de incompreensão transformada em guerras, os mais fortes bombardeando os vulneráveis, como se verifica na Faixa de Gaza, Palestina, massacrada por Israel, é possível defender, uma vez mais, a terapia da renovação.
A crise humanitária está para as 12 vias crucis da tortura de Jesus Cristo, assim como sua superação sustenta o milagre de vencer a morte, ao ter escapado, subindo aos céus, segundo a crença cristã mais fervorosa, chamado por Deus.
É o tempo de escolhermos defender os crucificados contemporâneos, compartilhando suas dores, solidários a quem padece, em vez de voltar a escolher salvar Barrabás, como fez o povo da Galileia em flagrante absurdo, embora ainda ocorra.
As novas tecnologias, sem o desenvolvimento afetivo e inclinação para o debate ético, ou como queremos combinar a vida, têm contribuído com a inclinação de parte da humanidade contaminada pelo mal.
Cancelamentos de pessoas queridas, filhos rejeitando pais, amores se liquefazendo em potes de ódio, e campanhas baseadas em mentiras, torturando a verdade, agravaram a necessidade de busca pela luz pascoalina.
A exposição de intimidades, antes resguardadas, agravando contextos de recíproca animosidade, vem tendo seu papel nas chamadas “redes sociais”, revelando o despreparo dos usuários, sempre prontos ao dedo em riste virtual.
O chocolate, o símbolo do coelhinho e toda uma série de apelos do comércio são importantes, a fim de garantir o convívio ameno, mas não se pode bloquear a proposta deste domingo: a revolução do perdão defendida pelo Salvador.
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