OPINIÃO
Congresso anticiência
Confira o editorial do jornal A TARDE desta terça-feira, 30

Por Redação

A produção de conhecimento, a pesquisa acadêmica e o labor docente integram o conjunto de aspectos indicadores do grau de soberania nacional de um país.
Ao cortar verbas para universidades federais em 2026, o Congresso marcou contra suas próprias redes, num hipotético jogo do desenvolvimento.
Está ameaçado o custeio de água, luz, limpeza, segurança e bolsas estudantis. Não se trata, portanto, de concluir obras e adquirir equipamentos de laboratório ou ampliação predial de condomínios da ciência brasileira.
Tecnicamente, não são gastos, nem despesas possíveis de contingenciar. É uma série de necessidades da comunidade do saber, composta por seres humanos.
Precisam beber; iluminação artificial nas salas de aula; ambiente higienizado; e proteção preventiva para frequentar os centros universitários.
Os novos cérebros só têm como dedicar-se a seus objetos de pesquisa com acesso ao auxílio, também prejudicado na redução total de exatos R$ 488 milhões.
Ficam as revelações dos programas de iniciação privados de moradia e alimentação.
Acusa o golpe baixo, principalmente a juventude de baixa renda, acolhida em ritmo de escalada por coincidir com a política de cotas.
A denúncia do descalabro partiu da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais, após avaliarem os docentes as diretrizes do Projeto de Lei Orçamentária Anual.
O rebote do pontapé desferido à queima-roupa vai exigir contorcionismo dos gestores, com riscos graves para as instituições.
O ataque revela, uma vez mais, o perfil do Parlamento e a necessidade de renovação nas eleições do próximo ano. Diante do contexto de tal forma perturbador, resta lutar, como se fez recentemente, no tenebroso período entre 2019 e 2022, e mais atrás, nas épocas sombrias de ditaduras.
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