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Opinião
Editorial - Ciclistas em perigo
Confira o editorial do Grupo A TARDE desta terça-feira
O monitoramento da atividade ciclística nas grandes cidades pode ser traduzido em dados numéricos com a serventia de sinalizar aos gestores públicos as necessidades de prevenção de acidentes a fim de proteger quem anda de bicicleta pelas ruas do país.
Um dos mais recentes trabalhos, produzido e divulgado pela Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico, a partir de ampla coleta realizada no Sistema Único de Saúde, calcula em 71% o aumento de internações de ciclistas em dez anos, entre 2012 e 2022, conforme noticiou A TARDE, em reportagem de página da edição de ontem.
Já a Transalvador, autarquia responsável pelo trânsito em Salvador, vem em sentido contrário, anunciando a redução de 9% em feridos e de 66% em óbitos, com recorde negativo em 2019, nove mortos e 157 hospitalizados.
Embora a capital baiana tenha avançado na construção de ciclovias, ainda há muito caminho a percorrer até se garantir maior segurança para quem circula em duas rodas.
Não terá utilidade alguma o aumento das rotas exclusivas, sem a providência emergencial da manutenção constante, pois há trechos esburacados e de baixa aderência, resultando em armadilha para os usuários.
A questão da velocidade dos automóveis, nas vias paralelas, está em pauta, com a reivindicação do máximo de 60 quilômetros por hora, a fim de reduzir o perigo em situações de colisão, necessariamente danosas para o povo do guidom.
O limite de educação dos motoristas para o convívio nas pistas, no entanto, sugere cuidados, uma vez estimar-se em apenas 15% as chances de uma pessoa sobreviver, em caso de desvios forçados dos veículos a combustão.
O risco do meio de transporte mais saudável e menos poluente pede a cautela do uso de equipamentos como capacete, tornozeleira e luvas, conforme recomendam os ortopedistas.
O Plano Cicloviário, em fase de texto final, poderá oferecer sugestões de correção de rumo, por contar com a participação da cidadania, convidada para oferecer contribuições em consulta pública online e encontros presenciais.
