EDITORIAL
Elucidação Precoce
Por Da Redação
Contentar-se com resultados parciais da investigação pelas mortes de Bruno Pereira e Dom Philips equivale declarar cumplicidade ao absurdo repudiado pela comunidade mundial.
É preciso incentivar os servidores pagos pela cidadania para irem até o fim em busca de identificar prováveis mandantes pelo duplo assassínio na Amazônia, pois declarar o caso como resolvido vai proteger prováveis culpados.
A crueldade do esquartejamento dos corpos atinge a todos quantos admiravam o trabalho do jornalista britânico e do indigenista, causando indignação em escala planetária.
A confissão de um dos detidos não teria poder de garantir o apressado final do serviço como quer parecer a Polícia Federal, ao tentar encerrar a elucidação da ocorrência em área próxima a Atalaia do Norte, no Vale do Javari.
O motivo do crime, embora deva ser levada em alta conta a hipótese de Jair Bolsonaro, qual seja, pautas de vieses ambiental e indigenista, ainda está por ser conhecido, caso tenham incentivo político os policiais responsáveis.
Segundo o chefe do Executivo, teria sido “aventureira”, em uma ação desmedida, a dupla em tarefa de apuração a fim de ocupar o vácuo do Estado brasileiro, ao verificar a atuação de garimpeiros, madeireiros e pescadores na região.
Poderia ajudar na identificação dos culpados o responsável pelo desmonte dos aparelhos estatais de defesa dos indígenas e do meio ambiente, mas tal confissão seria imprudente para a estratégia de precoce encerramento do inquérito instaurado.
Ora, foi o próprio presidente quem alertou ao repórter do jornal inglês The Guardian, uma das vítimas, de pertencer o território ao Brasil, depois de lamentar, antes de eleito, não ter o Exército dizimado todos os povos originários, como ocorreu nos Estados Unidos.
Para as organizações internacionais atentas à omissão, o contexto representa a lei do mais forte, acusando a brutalidade, restando aos cidadãos de boa vontade acrescentar os homicídios aos martírios de Chico Mendes e da freira Dorothy Mae Stang.
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