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O poder feminino

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Publicado sexta-feira, 08 de março de 2024 às 05:00 h | Autor: Editorial
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A importância de as Nações Unidas celebrarem um Dia Internacional da Mulher indica a escolha pela justiça reparadora e proporcional, tomando por premissa a necessidade de reduzir os efeitos de ancestral e agora anacrônica opressão.

O desequilíbrio vem desde antes de apenas os homens terem o direito à cidadania, nas “democracias” atenienses, enquanto suas cônjuges eram proibidas até de assistir aos Jogos Olímpicos.

Era considerado o bom chefe de casa aquele capaz de instruir sua subalterna a cuidar bem do “oikos” (lar), varrendo, cozinhando, cuidando dos filhos, deixando um legado de torpeza.

Já não é bem assim, graças à organização das associações anti-patriarcais, e seus efeitos para melhorar o convívio nos lares, hoje comandados por mulheres.

Como contribuição para esta mudança de paradigma, A TARDE publica hoje, em caderno especial, histórias de vida de quem emprega 30% da mão de obra do país, alcançando 10 milhões de empresárias.

Ao subsidiarem as análises qualitativas da virada no placar, um milhão lideram empreendimentos rurais, administrando 30 milhões de hectares; nas cidades, o empate está próximo: elas já são 43,8% da força de trabalho.

Crescimento expressivo também pode ser verificado no nível de ocupação feminina na administração pública, nos serviços, no comércio e na academia.

Mas não se deve iludir com o cenário alvissareiro quando se registra o número de feminicídios, possivelmente incentivado pela perturbação provocada no antigo modelo masculino de dominação, mais apropriado à era de cro-magnon.

Muito vale o já feito, mais relevante o futuro, quando se verifica no perfil feminino contemporâneo o aguerrimento e consciência de oportunidades de crescente ocupação do mundo.

No momento auspicioso, visando à equidade, seria temer errar esquecer daquela a quem tanto devem as atuais guerreiras, por seu protagonismo e liderança: “a mulher será o que ela quiser ser” (Simone de Beauvoir).

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