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Os males do alcoolismo

Confira o Editorial do Jornal A TARDE desta segunda-feira, 19

Publicado segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024 às 05:00 h | Autor: Editorial
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Há duas datas próximas – 18, domingo, e 20, terça – ambas direcionadas ao combate ao vício do álcool, mas o melhor mesmo é buscar em cada dia uma boa razão para reduzir esta abominável dependência prenhe de tantos males.

Numa sociedade na qual se incentiva desde a aguardente sem rótulo aos uísques envelhecidos anos e anos em barris de carvalho, o valor econômico do comércio das bebidas impede a moderação no consumo. As justificativas são as mais variadas, desde a “cura” para uma suposta timidez comportamental até o sabor do vinho, cultuado como uma senha para tertúlias amorosas; há quem utilize como remédio para gripes e até crie uma cobra dentro da garrafa.

A ingestão moderada das jarras preferidas por Dioniso, escolhido como deus da Antiguidade por fartar-se do líquido feito da uva, pode ser o caminho da virtude, lembrando-se ser o meio-termo, ou equilíbrio, a escolha próxima do razoável.

A substância utilizada para alegrar-se ou chorar algum desapontamento, portanto, causaria menor prejuízo ao organismo se degustada na dose intermediária, nem tanto enxugar os litros, tampouco bebericar sem gosto.

Para os casos de derramar barris, o remédio está no acolhimento, pois o alcoolismo é uma doença, portanto, a pessoa impelida ao abuso precisa de apoio, em vez de cobrança por uma mudança súbita de comportamento.

Não se pode também, em via de extremismo, exigir a normatividade para os adeptos dos toneis, pois antes de tudo está o direito de escolha, se decidiu a cidadã ou cidadão tornar-se bêbado por vazio de finalidade para viver.

A regulamentação dos anúncios publicitários também está na pauta emergencial, pois o estímulo ao hábito de beber leva a doenças no fígado, transtornos mentais e colisões no trânsito, resultando em sem-número de óbitos.

O debate tem a contribuição inequívoca de cientistas, pois enquanto os engradados são liberados e vendidos livremente, há substâncias proibidas em sentido oposto, que contribuem para a saúde, como o medicamento canabinoide.

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