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DIA DE GUERRA

Megaoperação no Rio: relembre os momentos mais sangrentos da cidade

Rio coleciona operações marcadas por mortes

Iarla Queiroz

Por Iarla Queiroz

28/10/2025 - 19:54 h | Atualizada em 28/10/2025 - 20:09
Foram confirmadas 64 mortes na operação desta terça
Foram confirmadas 64 mortes na operação desta terça -

Em uma cidade onde o som dos tiros ecoa mais alto que o das escolas e o medo se confunde com rotina, o Rio de Janeiro foi novamente palco de uma megaoperação policial.

A manhã desta terça-feira, 28, terminou com o saldo de 64 mortos e 81 presos, em mais uma ação que rapidamente entrou para o ranking das mais letais da história fluminense — um marco sombrio em um Estado acostumado a contabilizar tragédias.

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Batizada de 'Operação Contenção', a ação reuniu forças estaduais e rapidamente acendeu o embate político entre o governo de Cláudio Castro e o Governo Federal.

Enquanto o governador afirmava ter atuado sem apoio federal, Lula criticava a falta de comunicação e o uso indiscriminado da força, reforçando que as Forças Armadas “não devem subir morros”.

Sem aviso prévio a Brasília, as forças policiais transformaram comunidades inteiras em zonas de guerra. Helicópteros Águia sobrevoaram as favelas como plataformas de tiro; escolas, postos de saúde e comércios fecharam.

Megaoperações mais letais do Rio de Janeiro

A operação desta terça-feira, 28, é apenas mais uma que entrou na história do Rio de Janeiro. Entre as piores operações, algumas viraram filme, e outras ficam marcadas na memorias e nas paredes da população fluminense.

  1. Operação contenção (2025) - 64 mortos
  2. Guerra do Rio (2010) - 39 mortos
  3. Chacina do Jacarezinho (2021) - 29 mortos
  4. Chacina da Vila Cruzeiro (2022) - 25 mortos
  5. Complexo do Alemão (2007) - 19 mortos
  6. Guerra no Alemão (2022) - 17 mortos

Guerra do Rio (2010): blindados nas favelas

Imagem ilustrativa da imagem Megaoperação no Rio: relembre os momentos mais sangrentos da cidade
| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Entre 20 e 28 de novembro de 2010, o Rio viveu a chamada “Guerra do Rio de Janeiro”.

Facções criminosas organizaram ataques e incendiaram 181 veículos, espalhando pânico pela cidade.

A resposta do governo Sérgio Cabral foi militarizar: 800 militares, tanques da Marinha e helicópteros da Força Aérea invadiram o Complexo do Alemão e a Vila Cruzeiro.

O saldo foi de 39 mortos e 270 presos, além da retomada simbólica do território com bandeiras do Brasil e do Rio hasteadas no alto do teleférico.

O episódio marcou o início das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), apresentadas como solução para a violência, mas que logo se mostraram insustentáveis e desumanas.

Jacarezinho (2021): o massacre que parou o Brasil

Imagem ilustrativa da imagem Megaoperação no Rio: relembre os momentos mais sangrentos da cidade
| Foto: André Borges / AFP

O 6 de maio de 2021 ficou registrado como a segunda operação mais letal do Rio de Janeiro.

Batizada de Exceptis, a incursão da Polícia Civil no Jacarezinho terminou com 29 mortos, entre eles um policial civil e 28 moradores.

A justificativa oficial era o combate ao tráfico e ao aliciamento de menores. Mas a operação desrespeitou a decisão do STF que limitava ações em favelas durante a pandemia.

A ONU, a Anistia Internacional e a Defensoria Pública denunciaram execuções sumárias, tortura e manipulação de provas.

O massacre foi destaque em jornais internacionais como The Guardian, BBC e The New York Times, e consolidou o Jacarezinho como símbolo de uma política de segurança pública falida, que confunde enfrentamento com extermínio.

Vila Cruzeiro (2022): a segunda chacina no governo Castro

Imagem ilustrativa da imagem Megaoperação no Rio: relembre os momentos mais sangrentos da cidade
| Foto: PMERJ

Em 24 de maio de 2022, o Complexo da Penha foi palco de uma nova tragédia: 25 mortos e 6 feridos em uma operação da PM e do BOPE na Vila Cruzeiro.

O tiroteio começou ainda de madrugada, interrompendo aulas, fechando postos de saúde e deixando moradores em pânico.

Entre as vítimas estavam Gabrielle Ferreira da Cunha, de 42 anos, e Natan Werneck, de 21 — ambos sem antecedentes criminais.

Entidades como o Fogo Cruzado, a FAFERJ e a Defensoria Pública classificaram a operação como uma “caçada humana”, marcada por falta de planejamento e motivação eleitoral.

Para especialistas, a ação reforçou o modelo de repressão indiscriminada que transforma favelas em campos de batalha.

Complexo do Alemão (2007): o prenúncio do caos

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| Foto: Agência Brasil -ABr

Antes de todas as outras, 27 de junho de 2007 já anunciava o que viria.

Com 2.600 agentes entre polícias e Forças Armadas, a operação no Complexo do Alemão buscava garantir a segurança dos Jogos Pan-Americanos.

O resultado: 19 mortos, sendo 11 sem qualquer ligação com o tráfico, segundo a OAB.

Relatórios da ONU e da Secretaria de Direitos Humanos apontaram execuções e uso desproporcional da força.

Foi o início de um padrão que se repetiria por décadas — o Estado invadindo favelas, e a população pagando o preço.

Complexo do Alemão (2022): o terror que se repete

Imagem ilustrativa da imagem Megaoperação no Rio: relembre os momentos mais sangrentos da cidade
| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Em julho de 2022, o Complexo do Alemão voltou ao centro da dor.

Durante 12 horas de operação, policiais civis e militares invadiram casas, arrombaram portas e atiraram de helicópteros, deixando 17 mortos — apenas 8 deles com antecedentes criminais.

A ação paralisou a região: escolas, comércios e unidades de saúde foram fechadas.

Organizações sociais denunciaram o uso de helicópteros como plataformas de tiro, algo que, em conflitos internacionais, seria classificado como crime de guerra.

Foi a terceira chacina em pouco mais de um ano de governo Cláudio Castro, que segue defendendo a política de “tolerância zero” — mesmo quando ela significa cemitérios cheios e comunidades devastadas.

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