DELAÇÃO PREMIADA
Assassino de Marielle, Ronnie Lessa diz que "não é matador de aluguel"
Ex-PM confessou ter matado a vereadora e o motorista Anderson Gomes
Por Da Redação
Responsável pela morte da ex-vereadora Marielle Franco, em 2018, o ex-policial militar Ronnie Lessa negou, em delação premiada, que trabalhasse como assassino de aluguel. Ele explicou que aceitou cometer o crime para se tornar sócio da família Brazão em uma milícia.
Lessa é réu confesso no assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes. O ex-PM detalhou na delação como teria sido convidado pelo conselheiro do TCE-RJ, Domingos Brazão, e o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido) para cometer o crime. Os irmãos negam envolvimento no crime.
"Então eu quero deixar claro, doutor, que, ali, eu não fui contratado para matar. Eu não sou um matador de aluguel. Eu fui contratado para ser sócio e para ocupar a área", afirmou ele, em vídeo da colaboração obtido pela Folha de São Paulo.
A delação se restringe aos casos nos quais ele já responde na Justiça. Lessa revelou também que estaria envolvido no planejamento da tentativa de assassinato de Regina Celi, ex-presidente da escola de samba Salgueiro, que aconteceria também em 2018. O ex-PM afirmou que o serviço faria parte de sua contratação junto à equipe de policiais ligados ao bicheiro Bernardo Bello.
Ele disse ter "empurrado com a barriga" o assassinato de Regina para evitar que ele "se queimasse" antes do homicídio de Marielle Franco, pela qual ele tinha uma promessa "de ficar rico".
"Porque a questão é, por mais que eu não soubesse quem ainda é Marielle, mas eu sabia que tinha uma coisa para ficar rico. Eu não vou me queimar por besteira se tem uma coisa para ficar rico. Então falei: 'Macalé...' Eu fui empurrando, empurrando."
A PF informou que os irmãos Brazão encomendaram o crime como ápice das desavenças com políticos do PSOL. O estopim teria sido a atuação da vereadora contra a regularização de loteamento irregulares, negócio no qual a família atuava.
Marielle foi assassinada no bairro Estácio, centro do Rio, por volta das 21h30 do dia 14 de março de 2018. Seu veículo foi atacado a tiros quando ela voltava de um encontro com mulheres negras na Lapa, também no centro, a cerca de 4 km dali.
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