LEGISLATIVO
Adolfo Menezes defende reajuste a servidores proposto pelo estado
Deputado explicou também o porquê de ter restringido o acesso a algumas dependências da Alba nesta terça, 16
Por Eduardo Tito e João Guerra
O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Adolfo Menezes (PSD), comentou a respeito dos ânimos acirrados na Casa, com a votação do projeto do Executivo que incide no reajuste salarial dos servidores públicos do estado. A galeria está ocupada pelos trabalhadores que tentam pressionar os deputados, já que não aceitam o aumento linear concedido pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), de 4%, por considerarem ele baixo.
“É natural. Eu não digo acirrado, mas é comum, sempre que se trata de aumento de salários, sempre houve aqui na Assembleia, em todos os governos, de um lado ou do outro, sempre os reajustes vão ser insuficientes. No país que a gente vive, com uma taxa de juros elevada, com inflação alta, então não é fácil pra 270 mil funcionários terem um aumento concedido pelo governador”, destaca Menezes.
O chefe do Legislativo baiano aponta que o que está sendo proposto por Jerônimo é o que dá para ser feito no momento. “Claro que não é justo, agora, o governador, nas diversas reuniões, ele disse que era o que ele poderia conceder no momento, sabendo que é um percentual pequeno, mas era o que podia conseguir. Porque ele vinha ouvido a sua junta orçamentária da Fazenda da Bahia. O estado perdeu 9% nesse primeiro trimestre de arrecadação, então, tinha que tomar todos os cuidados pra que não acontecesse aqui na Bahia o que aconteceu tempos atrás, não faz muito tempo, em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, onde os governos precisaram parcelar salários, atrasar o salários. Então ele está tomando todo o cuidado pra que isso não ocorra na Bahia”.
Segundo ele, sempre quando o assunto é reajuste salarial, vai existir descontentamento, mas diante da folha de pagamento do estado, sobretudo com o pagamento de aposentadorias e pensões dos servidores públicos, não há, no momento, uma possibilidade de reajuste maior.
“É bom que se diga que só no ano passado, em 2022, o estado teve de desembolsar R$ 7,1 bilhões para complementar as aposentadorias. Segundo a área técnica do governo, isso significa que, se o governador não tivesse de desembolsar essa montanha de dinheiro pra complementar o salário dos aposentados e pensionistas, daria pra dar quase cinco vezes o que está dando, de vinte a vinte quatro e quatro por cento de aumento”, defende.
Restrições na Alba
Com o objetivo de manter a ordem na Alba, para que as manifestações de servidores que estão presentes no parlamento reclamando do projeto que reajusta o salário dos funcionários públicos, o presidente aponta que precisou tomar alguns cuidados, com proibição de circulação de pessoas em determinados espaços da Alba, que em outros dias podem ser acessados.
“A gente tem que tomar cuidado, existe uma lei na Assembleia, os manifestantes não podem vaiar deputado, porque na medida que se vai ar, daqui a pouco a pessoa jogará um copo, uma garrafa.
Ele relembrou um episódio que aconteceu no plenário em 2020, quando um homem sacou uma arma para os deputados Alan Sanches (União Brasil) e Paulo Câmara (PSDB) durante protesto contra o texto da PEC 159, que tratava da reforma da Previdência estadual .
“Nós já tivemos problemas gravíssimos aqui, quando a gente também mexia com funcionários públicos, quando um policial veio aqui armado, quase acontece uma tragédia aqui dentro. Inclusive com o líder da oposição deputado Alan, com o deputado Paulo Câmara, onde um policial teve desplante, a ousadia, de invadir o plenário e correr atrás de um deputado aqui dentro. Então, é claro, eu reconheço o direito de cada um, a democracia é o melhor regime, os protestos são legítimos, agora, tem que ter ordem, porque, eu como presidente, preciso garantir a ordem, porque senão descamba, pois quando se está em grupo se cria mais coragem”.
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