"Caminho natural é seguir com Jerônimo", diz Heber Santana | A TARDE
Atarde > Política > Bahia

"Caminho natural é seguir com Jerônimo", diz Heber Santana

Oficialização da incorporação do PSC pelo Podemos vai acontecer no início de dezembro

Publicado quarta-feira, 23 de novembro de 2022 às 17:41 h | Atualizado em 23/11/2022, 17:56 | Autor: João Guerra
Heber Santana será o presidente do Podemos após o partido incorporar o PSC
Heber Santana será o presidente do Podemos após o partido incorporar o PSC -

O presidente do PSC na Bahia, Heber Santana, um dia após anunciar a fusão do partido que preside no estado e o Podemos, disse ao PORTAL A TARDE que o caminho natural depois da oficialização da união entre as siglas no território baiano é apoiar o governador eleito, Jerônimo Rodrigues (PT), quando a gestão do petista iniciar.

Com a junção, o Podemos vai incorporar o PSC, mas vai manter o número da legenda incorporada:  20. Na Bahia, Heber Santana que vai assumir a presidência do Podemos depois da oficialização da fusão, que acontecerá no início de dezembro.

Santana disse que a adesão à gestão de Jerônimo será feita na base do diálogo com os novos colegas de partido que vai presidir, aguardando a formalização da união entre as siglas, mas que não vê impedimento de seguir compondo a base do governo que assume em janeiro de 2023.

“A política é feita de muitas mãos, então, a ideia não é fazer um movimento solitário nosso, mas é uma construção onde novos agentes agora fazem parte. Por exemplo, o Podemos elegeu o deputado [federal] Raimundo da Pesca, com quem já tive uma primeira conversa sobre a questão partidária, mas estarei conversando também sobre essa, aproximação do nosso partido com o governo de Jerônimo para construir um caminho que seja amplo e que a gente possa de uma maneira mais robusta estar, inclusive, dando a nossa contribuição ao governo. Mas nesse primeiro momento essas conversas com os agentes sobre esse tema [do apoio a Jerônimo] ainda não ocorreu. Vai ocorrer em tempo oportuno, mas eu lhe digo que é o caminho natural o Podemos seguir o mesmo entendimento que nós tínhamos construído com o PSC. Ou seja, de apoiar o governo Jeronimo”, destacou Heber Santana.

O dirigente disse que já iniciou os agendamentos para conversar com outros nomes do Podemos da capital e do interior para falar a respeito da fusão e dos encaminhamentos que resultarão dessa junção. Citou que o vereador de Salvador, Sidninho (Podemos) como um desses nomes e do vereador Toinho Carolino (Podemos), que deverá retornar à Câmara da capital com a eleição de Emerson Penalva (PDT) para a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).

“O relacionamento com eles já é muito bom. Então isso deve facilitar. Mas não existe ‘prato pronto’. A ideia não é chegar trazendo nenhum tipo de imposição e sim de construir no diálogo uma perspectiva de crescimento para todos nós”, argumentou.

Sobre a possibilidade de compor o governo de Jerônimo Rodrigues contribuindo em algum cargo na administração estadual, Heber disse que até o momento nada foi definido nesse sentido. Que faz parte do conselho político da equipe de transição. “O que ele [Jerônimo] tem dito é o que de fato tem ocorrido, a busca por fazer o trabalho em cima do plano de governo e um olhar sobre as questões administrativas para que a gente possa ter a melhor estrutura possível para o cumprimento desse plano e que, em um segundo momento, agora ano fim de novembro e início de dezembro, estaremos avançando para essas conversas de participação [no governo]. É claro que há uma grande expectativa, mas sem nenhum açodamento quanto a isso”.

O PSC aderiu à campanha que elegeu Jerônimo Rodrigues no segundo turno do pleito deste ano. No primeiro turno, a sigla apoiou a candidatura do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil). Durante boa parte da gestão do governador Rui Costa (PT), o partido atuou na oposição. Já o Podemos, durante a corrida eleitoral ao Palácio de Ondina, apoiou o candidato do União Brasil. 

Cláusula de barreira

A fusão entre o Podemos e PSC acontecerá porque o segundo não atingiu a cláusula de barreira, regra que estipula a quantidade mínima de parlamentares e de votos em todo o país que um partido precisa obter para manter acesso a determinadas verbas e direitos.

Sem essa incorporação, o PSC perderia, em 2023, acesso aos fundos eleitoral e partidário, além de tempo de televisão e vaga nos debates das eleições 2024 e 2026, por exemplo.

No plano federal, com a fusão, Podemos e PSC terão, em 2023, uma bancada de 18 deputados federais e 7 senadores. Será a oitava maior bancada da Câmara.

A fusão de acordo com Heber Santana, foi feito de forma bem natural por conta da proximidade entre as duas legendas. Em 2018, por exemplo, quando o senador Álvaro Dias (Podemos-PR) foi candidato à Presidência da República, o PSC indicou Paulo Rabello como vice na chapa.

“Já tínhamos sementes plantadas para os frutos que vamos colher agora. Poderíamos ter feito com diversas outras agremiações, mas entendemos que o caminho de fazermos a fusão com o Podemos foi a forma de garantir a construção de um projeto”, apontou Santana. 

Publicações relacionadas