CHEFE DA CASA CIVIL
"Debate não está no bom caminho", dispara Rui Costa sobre PL do aborto
Chefe da Casa Civil fala sobre polêmica do texto
Por Lula Bonfim e Cássio Moreira
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), criticou, nesta sexta-feira, 14, a condução do debate sobre o Projeto de Lei que restringe o aborto legal para mulheres vítimas de estupro. A declaração ocorreu durante o ato de assinatura da ordem de serviço do VLT do Subúrbio, na Cidade Baixa de Salvador.
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Rui afirmou acreditar que todas as vidas devem ser salvas, mas deu ênfase ao pontuar que a vida de mulheres vítimas da violência sexual é prioridade em qualquer circunstância.
"O que eu sempre disse em temas sensíveis como esse que, para quem, de fato, carrega Deus na alma, no coração, que está na política com esse espírito, com esse espírito cristão, nossa missão é cuidar de gente e salvar vidas humanas, em qualquer circunstância, em qualquer momento. Uma pessoa que tenta um suicídio por problemas emocionais na sua vida, todos nós teremos que subir em prédios, resgatar, salvar aquela vida humana. Assim é em circunstâncias fruto de violência, uma jovem, uma adolescente engravidar por um ato de estupro e se ela, dadas as circustâncias, vai no desespero e provoca um aborto, não é porque perdeu uma vida que vai perder duas, e nós temos que salvar todas as vidas, inclusive a vida da mãe", iniciou Rui.
O ministro baiano ainda fez duras críticas ao nível dos debates, e disse que a forma que o tema tem sido tratado é fruto de "um momento difícil" que a humanidade tem vivido.
"Eu acho que esse debate não pode ser encaminhado para a polarização política ou para circunstâncias ideológicas ou religiosas. Eu acho que o debate não deve ser feito nessas circunstâncias, porque haveremos de perder milhares de vidas de jovens que dvem ser salvar. Eu acho que o debate não está no bom caminho e, sinceramente não é uma polarização com o governo. Isso é fruto, na minha opinião, de um momento difícil que a humanidade vive, que substitui o debate de méritos, de conteúdo, um debate denso sobre as coisas, a humanidade historicamente sempre gastou tempo para escrever um livro, teses, debatendo com cientistas e pesquisadores para encontrar soluções. E no mundo de hoje, esse mundo de Twitter, da lacração, o que a gente presencia é um mundo que debate menos, ler menos, e que a política vai ficando mais desqualificada, mais violento [...] Precisamos olhar para o outro com um pouco mais de fraternidade", disparou.
Questionado mais cedo sobre o assunto, o senador Jaques Wagner (PT), líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Senado, criticou o projeto, que teve caráter de urgência aprovado. O PL prevê a pena de seis a 20 anos de prisão para quem fizer o aborto a partir de 22 semanas de gestação, equiparando ao crime de homicídio simples.
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