VOLTA AOS HOLOFOTES
"Minha casa era vale dos leprosos e se tornou basílica", diz Geddel
Em entrevista ao Isso É Bahia, quadro do MDB diz que seu afastamento não foi por questão moral
Por Lucas Franco e Lula Bonfim
Importante quadro político da Bahia, com passagens em diversas gestões municipais de Salvador e de governos do Estado e Federal, Geddel Vieira Lima (MDB) foi o entrevistado do programa Isso É Bahia, da Rádio A TARDE FM (103.9), na manhã desta segunda-feira, 3.
No papo, o ex-deputado e ex-ministro da Integração Nacional e da Secretaria de Governo falou sobre o afastamento que sofreu na política após o episódio em que investigadores descobriram bunker de R$ 51 milhões em seu apartamento, em 2017. "Um raio caiu na minha cabeça, mas poderia ter caído na cabeça de todo mundo", afirmou Geddel, que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 14 anos e 10 meses de prisão por lavagem de dinheiro e cumpre pena em liberdade condicional, o que o possibilita de poder trabalhar e estar em casa.
"Equívocos? Eu talvez tenha tido o maior de todos, de não ter entendido naquele momento que aquele sistema de financiamento de campanha estava falido, quebrado, desestruturado. Agora, eu digo e repito: ninguém tem autoridade moral no jogo político da Bahia. Pelo amor de Deus, eu conheço tudo e todos", continuou Geddel, que reforçou seu posicionamento de que seu afastamento de alguns quadros políticos não tenha tido a ver com um avanço na moralidade na política. "A questão nunca foi moral. Era sempre política", opinou.
O ex-ministro diz não ter mudado de 2018, quando se disse isolado politicamente, para 2022. “Procuram numa boa, procuram às claras. Eu participei da eleição de Jerônimo [eleito governador da Bahia pelo PT]. A minha casa era o vale dos leprosos. Quando os interesses políticos começaram a surgir, a minha casa passou a ser a Basílica de Aparecida", afirmou.
"Eu não fui condenado a deixar de ter opinião, de me manifestar, de me posicionar. Não fui condenado a ser xingado ou ser agredido", disse Geddel, que disse devolver na mesma moeda o tratamento recebido. "Se quiserem me constranger, eu constranjo. Se quiserem uma relação respeitosa e numa boa, será uma relação respeitosa e numa boa", disse.
O ex-ministro diz pagar um preço alto pela sociedade através do Judiciário e afirma que não ninguém pode lhe acusar de ter faltado coragem para enfrentamentos. "Quem me conhece sabe quais são minhas posições. Eu vivi o que vivi, é público e é notório", concluiu.
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