PUNIÇÃO
Olívia Santana cria PL que proíbe uso de jato d'água no Carnaval
Medida foi tomada depois de vídeo de foliona sendo encurralada por travestidos do bloco "As Muquiranas"
Por Da Redação
Nesta sexta-feira, 24, a deputada estadual Olívia Santana, reeleita nas eleições de 2022 pelo PCdoB, deu entrada em um projeto de lei que proíbe o uso de pistolas de jato d’água no carnaval e outras festas populares.
A medida se deu depois que um vídeo feito pela equipe de reportagem de um veículo de comunicação de Salvador foi repostado pela deputada no Twitter. Na gravação, é possível perceber uma mulher em desespero sendo encurralada por foliões do bloco “As Muquiranas” com as mãos e jatos de água em um trecho do Circuito Osmar (Campo Grande), até que oficiais da Guarda Civil chegam e a mulher é acolhida.
“Chega de machismo recreativo, como ocorre no bloco As Muquiranas. Molhar o cabelo, a roupa para transparecer os seios e partes íntimas das mulheres não é engraçado. É humilhante”, escreveu a parlamentar.
“Olha o desespero dessa mulher, cercada pelos homens do bloco ‘As Muquiranas’, homens que se ‘fantasiam de mulheres’ no Carnaval. Isso não é uma brincadeira. É assédio, desrespeito, agressão e não deve ser tolerado. Não fosse a interferência da guarda civil, o que aconteceria?”, salientou ainda a deputada.
Olha o desespero dessa mulher, cercada pelos homens do bloco “As Muquiranas”, homens que se “fantasiam de mulheres” no #Carnaval Isso não é uma #bricadeira . É #assédio #desrespeito #agressão e não deve ser tolerado. Não fosse a interferência da #guardacivil o que aconteceria? pic.twitter.com/c0qj3tfNge
— Olívia Santana (@oliviasantana65) February 22, 2023
“Os agressores e o bloco precisam ser responsabilizados pelo poder público. Esse abuso não pode ficar impune”, completou.
Investigação
O MP-BA por meio do Núcleo de Enfrentamento às Violências de Gênero e em Defesa dos Direitos das Mulheres (Nevid), diz que vai investigar os atos de assédio, importunação sexual e violência cometidos por associados do bloco “As Muquiranas” contra mulheres no Carnaval de Salvador.
Em nota, o órgão informa que “instaurou procedimento para apurar os fatos registrados por câmeras de vídeo no circuito do Carnaval e solicitará à Polícia Civil a instauração de inquérito”.
Desde outros anos que o bloco de travestidos é alvo de denúncias de assédio e importunação sexual por mulheres. No Carnaval de 2020, último antes da pandemia de Covid-19, uma foliona relatou ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) que ficou até com o braço marcado por causa de agressão.
Importunação sexual é crime e a pena pode variar entre um e cinco anos de prisão. No carnaval de 2019, a Secretaria de Segurança Pública registrou sete casos durante a folia. Em 2020, nos seis dias da festa, foram nove, um crescimento de 30%.
O que diz o Bloco
Em nota, o bloco As Muquiranas afirmou que é “contra todo e qualquer tipo de violência, preconceito e assédio e lamenta qualquer atitude que evidencie essas práticas”.
A nota ainda salienta que está à disposição das autoridades para identificar os foliões que cometeram os atos denunciados, inclusive com dados de documentos. “Colocamos todos os dados que temos à disposição do poder público, para que identifiquem o folião e tomem as providências cabíveis com tal cidadão”.
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