DANÇA DAS CADEIRAS
Perto de deixar a CBPM, Tramm pode ter nomeação para a Codeba ameaçada
Dirigente não atenderia um dos requisitos exigidos pelo Estatuto Social do órgão federal
Por João Guerra
Nesta terça-feira, 20, dia em que enviou um e-mail se despedindo e fazendo um balanço da sua gestão como presidente na Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Antônio Carlos Tramm, conversou com o Portal A TARDE sobre a sua possível ida para comandar a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba).
Essa chegada do dirigente ao órgão federal, no entanto, conforme a reportagem apurou, estaria ameaçada por Tramm não cumprir um requisito exigido para o cargo de acordo com o Estatuto Social da Codeba: ter formação em curso superior.
O artigo 26 do documento aponta que “para investidura como membro da Diretoria Executiva, os eleitos deverão ser graduados em curso superior e ter exercido nos últimos cinco anos, por, pelo menos, dois anos, cargo de direção ou gestão superior em área afim ao objeto social da CODEBA, e observar os demais requisitas estabelecidos na Política de Indicação da Companhia”.
Tramm, no entanto, diz desconhecer essa regra. “Ninguém me falou isso, sobre a exigência do curso superior”, disse o dirigente lembrando que a Codeba está sob a alçada do Ministério dos Portos e Aeroportos.
“Pediram o meu currículo para enviar ao ministério, mas até agora não tive um retorno. Vi, na última semana, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, falando que o Governo Federal está com mais de 400 nomeações paradas. Uma delas pode ser a minha”, destaca.
Caso a sua nomeação não ocorra, o dirigente disse que não há preocupação quanto ao seu futuro, salienta a sua experiência profissional e que aposta nela para se reinventar, se for o caso, pois já atuou na iniciativa privada, nas áreas de exportação de cacau e de empreendimentos imobiliários, já exerceu vários cargos públicos em estatais como a Empresa Baiana de Alimentos (Ebal) e a na própria Codeba, onde foi chefe de gabinete e diretor da área de negócios, e em órgãos da administração direta da capital, Salvador, sendo titular da pasta de Transportes na gestão Lídice da Mata (PSB) e secretário de Turismo no primeiro mandato do ex-governador Jaques Wagner (PT).
Além disso, Tramm também exerceu por quatro anos a presidência da Junta Comercial do Estado da Bahia (Juceb), posição que deixou em janeiro de 2019, para assumir, meses depois, como diretor-presidente da CBPM.
“Já fui chefe de gabinete da Codeba e diretor da área de negócios da Codeba, secretário de Transportes de Salvador, de Turismo da Bahia, presidente da CBPM, quer mais título ainda?”, questiona, falando que está mais preocupado com o presente, a partir do trabalho que realizou no período da CBPM.
“Durante nossa gestão, a Bahia pulou do quinto para o terceiro lugar como maior produtor mineral do Brasil. Além disso, o Estado se destaca pelo alto volume de investimentos na pesquisa mineral nos últimos anos, e pelos investimentos previstos até 2027, que ultrapassam US$10 milhões de dólares, representando mais de 23% de todo o investimento em mineração previsto para o país nesse período. Com isso, garantimos a terceira posição entre os Estados com o maior número de investimentos previstos”, destacou Tramm no seu e-mail de despedida.
Confirmação
Definida desde março, a nomeação do vereador Henrique Carballal (PDT) para o cargo de presidente da CBPM, conforme antecipado por A TARDE, poderá enfim ser confirmada nesta quarta-feira, 21.
O Conselho Administrativo da estatal marcou uma assembleia, na qual irá confirmar o novo corpo diretor da empresa.
No início deste mês, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) editou um decreto para permitir que Carballal assuma o cargo. Anteriormente, a movimentação era vetada por conta da Lei das Estatais, que vedava a nomeação de membros do Legislativo em cargos de empresas e companhias estatais.
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