BASTIDOR GOVERNISTA
PT tem desafio para 2026, com Rui e Wagner desejando vaga no Senado
Tanto Rui Costa quanto Jaques Wagner se articulam por candidatura ao Senado em 2026
Por Eduardo Dias e Lula Bonfim
O Partido dos Trabalhadores tem um grande desafio para as eleições de 2026. Seus dois maiores líderes políticos na Bahia — o ministro Rui Costa (PT), da Casa Civil, e o senador Jaques Wagner (PT-BA) — desejam o mesmo posto de candidato ao Senado no próximo pleito estadual.
No entorno de Rui Costa, a informação que circula é que o senador Jaques Wagner estaria desejando parar de disputar cargos eletivos, o que abriria espaço para a candidatura do ministro da Casa Civil ao Senado em 2026.
Já no grupo petista mais próximo de Wagner, a possibilidade é 100% rejeitada. O senador não deseja mais disputar cargos do Poder Executivo, mas faz gosto na ideia de continuar ocupando uma cadeira no Senado Federal — e tem total apoio de sua esposa, Fátima Mendonça, influência fundamental em suas decisões.
“Essa coisa de Wagner não querer ser candidato [ao Senado] é lenda. Ao contrário da candidatura a governador, por exemplo, que tinha resistência até de Dona Fátima. Para o Senado, não. Ele quer, Dona Fátima quer e eu acho que o presidente Lula também vai querer”, declarou ao portal A TARDE uma liderança do PT-BA próxima do senador.
Os interesses conflitantes reforçam a ideia de divisão interna no PT-BA entre os mais próximos a Rui e os mais chegados a Wagner. Os dois são amigos há mais de 40 anos, quando se conheceram na política sindical do Polo Industrial de Camaçari, mas acabaram discordando em decisões recentes do grupo, gerando um afastamento.
Como as próximas eleições estaduais contam com duas vagas para o Senado, o problema estaria totalmente resolvido se o partido não estivesse apostando em um aliado, o ex-deputado federal Ronaldo Carletto (Avante), para ocupar um dos postos.
O Avante, comandado por Carletto na Bahia, está sendo fortemente apoiado pelo governo de Jerônimo Rodrigues (PT) no seu processo de crescimento, com atuação próxima do secretário estadual Luiz Caetano (PT), do próprio governador e de seu chefe de gabinete, Adolpho Loyola (PT).
Carletto e o Avante desejam a vaga no Senado que hoje é ocupada pelo senador Angelo Coronel (PSD), que estaria com dificuldades de recuperar a moral perdida durante a campanha de 2022, quando o parlamentar evitou aparecer em atos de campanha com Jerônimo Rodrigues.
Entretanto, em conversas de pé de ouvido, Carletto já assume a possibilidade de Wagner e Rui ocuparem juntos as vagas de senadores na chapa de 2026. Nesta hipótese, o novo presidente estadual do Avante considera solicitar o posto de vice de Jerônimo, o que excluiria da jogada o atual ocupante da cadeira, Geraldo Jr. (MDB).
O desafio no PT, nesse caso, seria acalmar as possíveis insatisfações do MDB e de outros aliados, que podem se incomodar com os petistas ocupando os três principais postos da chapa majoritária, com Jerônimo, Rui e Wagner.
Quem também pode acabar requerendo um espaço é o PP, que segue forte, apesar da grande debandada em direção ao Avante, e tenta se aproximar do governo Jerônimo através de seus deputados estaduais, que já compõem a bancada governista na Assembleia.
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