FESTIVAL LIBERATUM
Robinson avalia impactos do racismo em Salvador: "principal entrave"
Pré-candidato à Prefeitura acredita que emancipação financeira da cidade depende do combate a questões raciais
Por Gabriela Araújo e Lula Bonfim
Pré-candidato à Prefeitura de Salvador, deputado estadual Robinson Almeida (PT) avaliou nesta sexta-feira, 3, os impactos do racismo para o desenvolvimento econômico e social da capital baiana. O parlamentar entende que a luta pela emancipação financeira da cidade deve perpassar por questões de combate a desigualdade racial.
“O racismo é um entrave para o desenvolvimento do Brasil. Esse país nunca será uma nação, enquanto todos os seres humanos não sejam tratados da mesma forma, independente da cor da sua pele, da textura do seu cabelo, do seu fenótipo, do seu gênero, da sua orientação sexual. [...]. A luta pela emancipação econômica da cidade é também uma luta pela superação do racismo e de toda forma de opressão e discriminação”, iniciou Robinson, que esteve presente na abertura do Festival Liberatum, no Centro de Convenções.
O petista acredita que um dos caminhos para frear a desigualdade social causada pelo racismo deve ser iniciada por meio de novas políticas públicas de reparação, inclusão e oportunidades fomentadas tanto em âmbito municipal como federal.
“Eu não tenho dúvida nenhuma que nós devemos ter políticas transversais, políticas de reparação e de inclusão da população negra, especialmente o acesso a serviços. Quando o Salvador funciona mal, quem é atingido é o povo negro. Quando é o desemprego, é a população negra principal atingida. Então a gente precisa entender que toda a ausência de políticas públicas e de oportunidade atingem fundamentalmente o povo negro de Salvador e esse tem que ser um tema prioritário da ação de governo federal, estadual e da prefeitura”, ressaltou durante conversa com o portal A TARDE.
Festival Liberatum
A capital baiana recebe nesta sexta-feira, 3, a primeira edição do Festival Liberatum, que reúne atrações nacionais e internacionais do universo cultural, a exemplo de Viola Davis; Angela Basset; Taís Araújo; Alcione; Majur; Margareth Menezes e entre outros.
Questionado sobre a importância do evento para a capital, a qual pleiteia uma vaga na cadeira do Palácio Thomé de Souza, Robinson evidencia que “aqui é um lugar apropriado para eventos dessa natureza”. Em contrapartida, o pré-candidato afirma que o congresso também é uma forma de denunciar “o racismo que continua presente na sociedade”.
“Aqui é o nosso berço, a nossa referência e talvez o lugar apropriado para eventos dessa natureza. Eventos que promovem, que dão visibilidade às expressões da cultura negra e atraem pessoas de destaque em todo o mundo, em diversos campos da arte e da cultura”, pontuou ao portal A TARDE.
E complementou: “a gente tem que pegar esse aspecto da valorização da cultura negra para também denunciar que o racismo continua presente na sociedade brasileira. Em Salvador é um racismo estrutural da nossa origem colonial, da nossa formação social que nós temos que estar o tempo todo combatendo”, concluiu.
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