ACUSAÇÃO DE RACHADINHA
Após denúncias, gabinete de Janones não atende telefone
Em todos os gabinetes de deputados federais do Avante, a ligação foi atendida
Por Lucas Franco
Uma semana após André Janones (Avante-MG) se tornar suspeito de pedir parte do salário dos assessores para pagar contas pessoais e no dia em que o colunista Paulo Cappelli, do Portal Metrópoles, apontou que um áudio desmente a versão do deputado, o gabinete do parlamentar não atende ligações nesta segunda-feira, 4.
Nos gabinetes dos outros seis deputados federais do Avante, a ligação foi atendida na primeira tentativa. Os gabinetes acionados foram os de Bruno Farias (Avante-MG), Delegada Ione (Avante-MG), Greyce Elias (Avante-MG), Isidório (Avante-BA), Luis Tibé (Avante-MG) e Waldemar Oliveira (Avante-PE).
Em 100% dos gabinetes de alguns parlamentares de outras siglas, sorteados, aleatoriamente, pela reportagem do Portal A TARDE, alguma pessoa atendeu a ligação.
Para o gabinete de Janones, tentativas foram feitas nos mesmos horários em que foram feitas as tentativas para os outros deputados federais.
Entenda o caso
Janones admitiu, em conversa em que não sabia que estava sendo gravado, seu plano de pedir parte do salário de seus assessores para "pagar suas contas".
O deputado disse na ocasião que iria gastar o dinheiro recebido com "casa, carro, poupança e previdência". No entanto, o parlamentar negou que o ato configurasse corrupção. "Eu acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso", disse.
As justificativas de Janones foram seu gasto de R$ 675 mil na campanha e sua perda de patrimônio, que nas suas palavras, foi "dilapidado". "Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 mil", comentou.
Em uma nova versão, Janones disse que os áudios foram gravados antes de ele tomar posse pela primeira vez como deputado federal, em 2019.
No entanto, segundo o colunista Paulo Cappelli, uma nova gravação revelada mostra que, ao contrário do que disse Janones, o pedido de parte do salário dos assessores não aconteceu antes da posse de seu primeiro mandato como deputado federal, em 2019. Ou seja, Janones pediu o salário quando já exercia o cargo.
Janones sustentava que, por não ter assumido ainda o cargo, nenhum assessor havia sido nomeado. Em sua defesa, o deputado alegou que sua sugestão de ficar com parte do salário dos assessores foi vetada por sua advogada. Dessa forma, o crime não teria acontecido.
Opositores ao governo Lula (PT) e até deputados de legendas que contam com membros na atual gestão federal representaram criminalmente contra Janones.
Durante a eleição presidencial do ano passado, Janones ajudou na campanha de Lula e foi elogiado inclusive pelo marqueteiro do petista, o baiano Sidônio Palmeira.
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