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'Difícil' falar em crime de ódio, diz delegada do caso Marcelo Arruda

Conclusão das investigações foi apresentada nesta sexta-feira pela Polícia Civil do Paraná

Publicado sexta-feira, 15 de julho de 2022 às 12:11 h | Atualizado em 15/07/2022, 13:14 | Autor: Da Redação
Marcelo Arruda foi assassinado no último sábado por policial penal bolsonarista
Marcelo Arruda foi assassinado no último sábado por policial penal bolsonarista -

A Polícia Civil do Paraná apresentou nesta sexta-feira, 15, a conclusão do inquérito da investigação do assassinato do petista Marcelo Arruda, ocorrido no último sábado, 9, em Foz do Iguaçu.

Em coletiva, a delegada chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Camila Cecconello, afirmou que não há provas de que foi um crime de ódio pelo fato de a vítima ser petista e que o caso não será enquadrado, juridicamente, como crime de motivação política.

Autor do homicídio, o policial penal federal Jorge Guaranho será indiciado por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e perigo comum.

De acordo com a delegada, a discussão teria começado por questões políticas, mas a motivação para o assassinato de Arruda teria sido pessoal.

“Não podemos dizer que o autor voltou lá porque ele queria cessar os direitos políticos ou atentar contra os direitos políticos daquela pessoa. Concluímos que foi algo que acabou se tornando pessoal entre duas pessoas que discutiram, claro, por motivações políticas”, informou.

O crime

O inquérito aponta ainda, através da análise das imagens e aliada aos depoimentos colhidos pela polícia, que o policial Guaranho estava em um churrasco quando soube da festa temática de Arruda através de um amigo que teria acesso às imagens do espaço onde acontecia o evento.

Ao ser informado, Guaranho deixou o churrasco e se dirigiu para o local da festa de Marcelo com a esposa e o bebê. Em seu carro, um jingle de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) era tocado para provocar os presentes. Após discussão com Marcelo, que teria jogado um punhado de terra no veículo, Guaranho deixou o local e voltou logo após, armado e efetuando disparos.

Ao todo, Guaranho fez quatro disparos, tendo atingido Marcelo com dois tiros. O policial penal foi atingido por quatro dos dez disparos feitos pela vítima. A delegada afirmou ainda que Guaranho não teria intenção de matar Marcelo e sim de fazer provocações, com a violência sendo resultado da escalada nos ânimos.

“Ele não tinha intenção de atirar, mas sim, de provocar. Os tiros ocorreram após o acirramento da discussão”, explicou.

Na coletiva, a Polícia ainda disse que agressões ao assassino do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu também serão apuradas.

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