INTELIGÊNCIA BRASILEIRA
Em carta a Lula, servidores da Abin pedem distância de políticos
Após informação de que agência fez espionagens durante governo Bolsonaro, servidores querem reformulação
Por Da Redação
A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis) abordou algumas demandas em carta ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi enviada nesta quarta-feira, 31.
Entre as demandas, está um pedido para que os políticos fiquem distantes dos servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), por estes serem "discretos por dever de ofício".
"Um dos maiores dilemas enfrentados pelas agências de Inteligência de todo o mundo é justamente como dosar a proximidade entre seus dirigentes e os políticos a quem assessoram", escreveu a Intelis em nota.
Também foram pedidos a Lula uma reforma do sistema de inteligência brasileiro e um novo marco normativo para a função.
No início da semana, a Polícia Federal (PF) realizou uma nova fase da Operação Vigilância Aproximada, que apura ações da Abin durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Entre os alvos, estavam o filho do ex-presidente e vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), e o ex-diretor da Abin no período, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
O ex-diretor da Abin é investigado por participar de esquema de espionagem para monitorar, ilegalmente, autoridades públicas e cidadãos comuns.
O programa espião comprado pela agência na época, FirstMile, possibilita monitoramento da localização de pessoas, sem autorização judicial. Setor da Abin que utilizou o software, o Centro de Inteligência Nacional (CIN) foi desmontado durante o governo Lula.
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