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Haddad critica mudanças de Bolsonaro no Prouni: "um lixo"

Presidente editou MP que ampliou o acesso de estudantes de escolas privadas no programa

Por Da Redação

07/12/2021 - 11:42 h

O ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) e candidato à Presidência da República nas eleições de 2018 criticou duramente as mudanças feitas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) no Prouni (Programa Universidade para todos), as classificando como "um nojo" e "um lixo". As informações são da coluna dde Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.

O Prouni foi criado por Haddad, enquanto ministro da educação. O petista disse que as modificações vão permitir fraude e revelam a clara intenção de Bolsonaro de mexer em políticas afirmativas de recorte racial.

A medida publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira, 7, pelo governo federal ampliou o acesso de alunos egressos de escolas privadas no Prouni. Com isso, estudantes pagantes ou que tiveram bolsas parciais em escolas privadas poderão se beneficiar do programa, criado inicialmente para bancar estudos em faculdades privadas de alunos de baixa renda.

"Foram quase 3 milhões de jovens, pobres, pretos e periféricos beneficiados. O Arthur Lira [presidente da Câmara dos Deputados] deveria devolver para o Planalto esse lixo", afirmou Haddad à coluna da Folha.

Até agora, somente quem estudou em escola pública e quem fez ensino médio em escola particular com bolsa integral poderia ingressar no programa.

"Bolsonaro está mexendo em dois programas que deram certo, o Prouni e a reserva de vagas para pessoas de escolas públicas –e, dentro delas, reservas proporcionais à população negra, parda e indígena de cada região", afirma Haddad. "O Prouni determina que as universidades paguem, em bolsas, o que devem ao governo em impostos. E distribui essas bolsas para quem mais precisa", segue ele.

"E o governo decide mexer nisso por meio de uma MP [Medida Provisória], baixada em casos de urgência? Qual é a urgência disso?", questiona Haddad.

"O programa foi construído a muitas mãos, durante muitos anos. Foi muito debatido e implantado depois de vencer resistências à direita e à extrema esquerda na sociedade brasileira", diz ele. "Não pode agora sofrer mudanças tão profundas em uma canetada", finaliza.

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