Lula defende moeda comum para países do Brics
Presidente afirmou que medida reduziria as vulnerabilidades dessas nações
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que os países do países do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) usem uma moeda comum para transações comerciais. Conforme o chefe do Executivo, a medida reduziria as vulnerabilidades dessas nações.
"A criação de uma moeda para as transações comerciais e de investimentos entre os membros do Brics aumenta as nossas opções de pagamento e reduz as nossas vulnerabilidades", disse Lula em discurso na sessão plenária de abertura da reunião de cúpula do Brics, realizada em Johanesburgo, na África do Sul.
O plano é o mesmo da ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que atualmente comanda o NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), nome oficial do Banco dos Brics. Dilma afirmou, em entrevista ao jornal Financial Times, que o banco planeja emprestar nas moedas sul-africana e brasileira como parte de um plano para reduzir a dependência do dólar.
"Esperamos emprestar entre US$ 8 bilhões [R$ 39,5 bi] e US$ 10 bilhões este ano [R$ 49,4 bi]", disse Dilma, em entrevista ao Financial Times. "Nosso objetivo é alcançar cerca de 30% de tudo o que emprestamos... em moeda local."
Lula negou que o Brics busca ser um contraponto ao G7, grupo formado pelos países desenvolvidos, ou ainda ao G20 ou aos EUA.