NA CÂMARA
Nikolas Ferreira diz que críticas a discurso transfóbico é "histeria"
Outros parlamentares pediram a discurssão do deputado bolsonarista
Por Da Redação
Após fazer um discurso transfóbico na Câmara, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) classificou como ‘histeria’ as críticas sofridas. A resposta do parlamentar aconteceu em post nas redes sociais na madrugada desta quarta-feira, 9.
“Defendi o direito das mulheres de não perderem seu espaço nos esportes para trans – visto a diferença biológica – e de não ter um homem no banheiro feminino. Não há transfobia em minha fala”, escreveu. “Elucidei o exemplo com uma peruca (chocante). O que passar disso é histeria e narrativa", postou Nikolas.
Após o discurso transfóbico, alguns deputados logo pediram a cassação do mandato de Nikolas Ferreira, parlamentar mais votado no Brasil nas eleições de 2022.
O caso
Em discurso no Dia Internacional da Mulher, o parlamentar colocou uma peruca para discursar na tribuna e falou que se sentia uma mulher transsexual e, por conta disso, teria “lugar de fala”.
“Hoje, no Dia internacional das mulheres, a esquerda disse que eu não poderia falar, pois eu não estava no meu local de fala. Então, eu solucionei esse problema aqui. Hoje eu me sinto mulher. Deputada Nikole”, disse Nikolas usando peruca amarela.
O bolsonarista disse também que poderia ir para a cadeia por crime de transfobia ao ter parabenizado apenas as “mulheres [cromossomo] XX”. “É uma imposição. Ou você concorda com o que eles estão dizendo, ou caso contrário você é um transfóbico, homofóbico e preconceituoso”, argumentou.
Alguns deputados logo pediram a cassação do mandato de Nikolas Ferreira, parlamentar mais votado no Brasil nas eleições de 2022. "A transfobia ultrapassa a liberdade de discurso garantida pela imunidade parlamentar. Afinal, transfobia é crime", disse a deputada federal Tabata Amaral.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também utilizou suas redes sociais para criticar o colega parlamentar, “não é palco para exibicionismo e muito menos discursos preconceituosos”, escreveu Lira.
Nesta quinta-feira, 9, o Ministério Público Federal (MPF) acionou a Câmara dos Deputados para que apure o discurso transfóbico de Nikolas Ferreira. A procuradora Luciana Loureiro foi responsável pela representação enviada à Mesa Diretora da Casa para averiguar "suposta violação ética". O pedido é de adoção de medidas de responsabilização cível (dano moral coletivo) e/ou criminal.
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