EX-MINISTRO DO MEIO AMBIENTE
Ricardo Salles vira réu em ação que apura exportação ilegal de madeira
Ex-presidente do Ibama Eduardo Bim e outros servidores também foram denunciados pelo MPF
Por Da Redação
O deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (PL-SP), se tornou réu em uma ação da Justiça Federal que apura um esquema de exportação ilegal de madeira. O ex-presidente do Ibama Eduardo Bim e outros servidores também foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF).
Segundo a denúncia do MPF, as investigações apontam que existe um "grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais", com envolvimento de Salles, além de servidores públicos e agentes do setor madeireiro. O MPF elencou uma série de apreensões de madeira de origem brasileira apreendidas nos Estados Unidos, que estavam sem a documentação necessária para exportação.
Após as apreensões, um conjunto de empresas do setor madeireiro buscaram apoio junto a dois servidores do Ibama, incluindo o superintendente do órgão no Pará. De acordo com o MPF, os servidores do Ibama emitiram certidões e um ofício sem valor jurídico cujo objetivo era liberar a madeira apreendida. No entanto, a documentação não foi aceita pelas autoridades norte-americanas, "em razão da evidente ilegalidade".
Ainda segundo a denúncia, em fevereiro de 2020, Ricardo Salles se encontrou com representantes de empresas envolvidas no suposto esquema, além de parlamentares, para uma reunião sobre exportação de madeiras ativas do Estado do Pará.
Segundo a investigação, "a mais alta cúpula do Ministério do Meio Ambiente e a alta direção do Ibama manipularam pareceres normativos e editaram documentos para, em prejuízo do interesse público primário, beneficiar um conjunto de empresas madeireiras e empresas de exportação que tiveram cargas de madeira apreendidas nos Estados Unidos".
A denúncia cita ainda a Operação Akuanduba, deflagrada pela Polícia Federal em maio de 2021 para apurar a suspeita de facilitação à exportação ilegal de madeira do Brasil para os EUA e Europa. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e cumpriu 35 mandados de busca e apreensão que resultou no afastamento de servidores do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama.
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